São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 1995 |
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Sem acordo, metalúrgicos vão à greve
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
Ontem, pararam três empresas -a Krupp, com 3.700 trabalhadores; a RCN, com 600; e a Metalúrgica Momento, com 500. Wilson Começanha, diretor do Sindipeças (que representa empresas do setor de autopeças) e da direção da Krupp, confirmou a paralisação. "É retaliação", disse. Hoje, segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, a idéia é tentar parar cerca de 200 empresas em todo o Estado, de um total de 1.000. "Vamos nos concentrar nas empresas com mais de 50 trabalhadores, que se recusam a pagar os 26,79% (aumento real de 2% embutido) de reajuste", afirmou. O Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo havia determinado o pagamento dos 26,79%. Mas os fornecedores de autopeças recorreram ao Tribunal Superior do Trabalho (TST). O presidente do TST, José Ajuricaba, suspendeu a obrigatoriedade da concessão dos 26,79%. Os empresários têm de pagar, assim, o que determina a lei -16,97%- até o julgamento do mérito. Na audiência de conciliação, ontem, o presidente do TRT, Rubens Tavares Aidar, não fez proposta econômica. "O TRT já se pronunciou sobre a questão." O Sindipeças se dispôs a conceder os 26,79%, desde que parcelados. "Parcelamento só se eles pagarem para nós os juros que o comércio cobra", brincou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, Cláudio Camargo Crê, recusando a proposta. O Sindipeças pediu o julgamento da greve, mas Aidar disse que primeiro a entidade teria de cumprir as obrigações formais. Segundo Paulinho, cerca de 52 empresas de São Paulo já comunicaram que vão pagar os 26,79% em uma parcela. "Quem não pagar vai ter greve por tempo indeterminado", disse. Começanha afirmou que a greve pode chegar a afetar a produção das montadoras. Texto Anterior: Ministro avalia indicações Próximo Texto: CUT aceita proposta da GM e da Scania Índice |
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