São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 1995 |
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Monopólio de Edison e procura de mais luz levam o cinema a Hollywood
EDSON FRANCO
Com suas experiências com o kinetoscópo em 1895 -época em que os irmãos Lumière desenvolviam o mesmo aparato do outro lado do Atlântico-, Edison se tornou um dos pais do cinema. Foi o momento de iluminação. Procurando monopolizar a produção cinematográfica norte-americana, as Companhias Edison e mais um grupo de produtores e distribuidores criaram, em 1908, a Motion Picture Patents Company, um poderoso truste que só permitia a produção de filmes aos seus licenciados. Foi o momento de obscurantismo da indústria cinematográfica, que até então tinha Nova York e Chicago como base. Mas foi também a hora em que, fugindo do truste de Edison e em busca de luz natural o ano todo, produtores como Cecil B. de Mille (1881-1959) "descobriram" o sul da Califórnia. Procurando um cenário ideal para o western "The Squaw Man" em 1913, de Mille achou as montanhas com picos cobertos de neve do Arizona inapropriadas. Reembarcou no trem e foi até o fim da linha. Chegou a Hollywood. Lá, em parceria com Jesse L. Lasky (1880-1958) e Samuel Goldwyn (1882-1974), transformou um estábulo em estúdio. Mas a história de Hollywood já havia começado no século 19. Casada com um político de Kansas City, Deida Wilcox resolveu, em 1886, passar a aposentadoria no rancho comprado pelo marido por uma ninharia. Visionária, a senhora Wilcox batizou o rancho de Hollywood e viu que era bom negócio vender seu território em fatias. Após a instalação do estúdio de de Mille, Fox, Paramount e Universal começaram a povoar os arredores de Hollywood. O crescimento desses estúdios estava criando um truste quase tão poderoso quanto aquele de Edison. O monopólio começou a ser quebrado em 1919, quando os atores Douglas Fairbanks, Mary Pickford e Charlie Chaplin e o diretor David Wark Griffith criaram a United Artists. No final, todos saíram ganhando. O que, até então, era a supremacia dos estúdios sobre produtores independentes passou a ser a hegemonia do cinema norte-americano sobre o feito no resto do mundo. Texto Anterior: Televisão virou cúmplice dos estúdios Próximo Texto: Economia sempre determina as regras Índice |
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