São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 1995
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Pastor depõe sobre droga encontrada em instituição

Para delegado, houve facilitação por parte de funcionários

CLÁUDIA MATTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O delegado Mário de Freitas Azevedo, responsável pelas investigações sobre a descoberta de cocaína guardada dentro da Fábrica de Esperança (em Acari, zona norte do Rio), está seguro de que houve facilitação por parte de funcionários da instituição.
"No mínimo, houve facilitação por parte dos vigias. Pode ser que tenha havido por parte de mais gente", afirmou.
Ontem, ele ouviu o depoimento do pastor Caio Fábio, presidente da Fábrica de Esperança, e considerou insuficiente as informações por ele dadas sobre o funcionamento da instituição, principalmente sobre como a vigilância é feita.
Por isso, o delegado decidiu ouvir hoje três diretores-executivos da instituição, além de vários seguranças.
Ao deixar a delegacia, onde depôs por três horas, o pastor afirmou que teve pouco o que explicar a Azevedo.
"Não me perguntaram nada sobre a cocaína. Só sobre o funcionamento da fábrica", disse. Ele avalia que, se não fosse a conotação política que o fato acabou ganhando, ele teria menor repercussão.
"Teria a mesma repercussão que se tivessem encontrado cocaína em uma escola pública ou em uma repartição pública qualquer", afirmou.
Por conotação política, Caio Fábio classifica as críticas feitas pelo governador Marcello Alencar (PSDB) e pelo prefeito César Maia (PFL), que levantaram suspeitas sobre as atividades da instituição.
Fábio revelou que está sofrendo represálias por parte do governo estadual. Segundo ele, um culto que celebraria ontem no Iaserj (Instituto de Assistência aos Servidores do Estado do Rio de Janeiro) foi suspenso por ordem do governador.

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