São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 1995
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Balneário se afoga entre hotéis e turistas

GUILHERME BUSCH
DO ENVIADO ESPECIAL A CANCÚN

Cancún se divide em duas partes, a zona hoteleira e uma cidade distinta, chamada Benito Juarez, onde vivem cerca de 300 mil mexicanos.
A zona hoteleira é uma ilha que tem a forma do algarismo 7. De um lado está o mar do Caribe. Do outro, estão as lagoas de Nichupté e Lagoon.
Entre as lagoas e o mar fica a avenida Kukulkán. A via, de pista dupla, cerca de 12 km de extensão, asfalto perfeito e calçadas enormes, concentra 90% dos hotéis mais elegantes, a maioria das casas noturnas, shoppings (chamados de plazas) e restaurantes.
A cidade foi fundada em 1970 como o mais arrojado projeto turístico mexicano.
Recebe por ano cerca de 2,3 milhões de visitantes, a maioria norte-americanos.
Na região, o mar tem pelo menos cinco tonalidades de azul, desde o mais claro e transparente -encontrado em zonas de baixa profundidade e próximas à areia- até o mais escuro tom de marinho -na parte mais distante da praia.
A água é quente e muito limpa.
No idioma maia, cancún significa ninho de serpentes.
Peso
A desvalorização do peso novo (moeda corrente mexicana) em relação ao dólar e ao real tornam o turismo mais acessível tanto para os norte-americanos quanto para os brasileiros.
Um dólar equivale a cerca de 6 pesos novos (a cotação varia de 5,5 a 7 pesos novos).
O vôo entre São Paulo e Cancún, direto, demora oito horas. A diferença de fuso horário é de quatro horas (normalmente são três, mais uma de horário de verão).
Os melhores hotéis da cidade têm a frente voltada para a avenida e a lagoa. As piscinas dos hotéis dão para a praia.
Entre os hotéis estão os luxuosos Caesar Park, o Fiesta Americana, o Hyatt Cancún Caribe e o Ritz Carlton.
Quase todos os hotéis na cidade possuem serviço de praia, além de bares e quiosques à disposição dos hóspedes. As praias são privadas e extremamente limpas.
O café da manhã, chamado de bufê, mais parece um grande almoço. É servido, para desempenhar esse papel, até as 12h.
Compras
Para o turista que pretende fazer compras, as plazas Caracol, Kukulkán e Flamingo são as mais procuradas. Elas possuem lojas de artigos variados, mas é muito comum o comércio de prata, artesanato e camisetas.
Os bons restaurantes também estão na avenida Kukulkán. Os locais se destacam pela sofisticação e pelo preço baixo em relação a casas similares no Brasil.
É possível, por exemplo, comer sopa de lagosta de entrada, filé de peixe com camarão como prato principal, torta de limão como sobremesa (além de uma taça de vinho tinto mexicano para acompanhar) por cerca de US$ 17 no Savio's (com serviço incluso).
Cancún possui cerca de 120 hotéis e 21 mil quartos, que abrigam entre 55 mil e 60 mil pessoas, segundo a Associação dos Hotéis.
Em 94, cerca de 2,1 milhões de pessoas estiveram na cidade fazendo turismo. Previsão aponta que neste ano serão 2,3 milhões os visitantes.
Turistas
A maioria dos turistas é composta por norte-americanos, cerca de 70% do total. Os latino-americanos são 20% e os europeus, japoneses e canadenses, 10%.
A média de permanência de cada turista na cidade é de 5,1 dias. Cada pessoa gasta, em média, US$ 150 por dia.
Segundo o levantamento, 30% dos visitantes estão estão na cidade pelo menos pela segunda vez.
"O turismo movimentou cerca de US$ 3 bilhões em 94 na cidade. Esperamos um crescimento de 5% a 10% para 95, afirma Roberto Cintron, presidente da Associação dos Hotéis.
Esse valor, afirma Cintron, corresponde a 30% das divisas estrangeiras que entram no país anualmente.
O Estado de Quintana Roo, o governo federal e as empresas investem por ano US$ 9 milhões em publicidade para divulgar a cidade no mundo todo.
O turismo emprega 30 mil pessoas diretamente em Cancún. "Há uma universidade com cursos para a área hoteleira, além de cursos técnicos que preparam os moradores, diz Cintron.

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