São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 1995 |
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Culinária local preserva tradição européia
DO "TRAVEL/THE NEW YORK TIMES" Melbourne é provavelmente a mais européia das capitais australianas. Seu plano urbano segue o padrão clássico do século 19: avenidas largas e arborizadas que se dirigem ao centro onde ainda circulam bondes elétricos.Séria e sossegada, ela ainda guarda vários edifícios de seu período de esplendor e prosperidade -após a corrida do ouro de 1850. Enquanto Sydney trocou a clássica cozinha francesa pela australiana moderna, Melbourne respeita a tradição. Ela oferece a melhor gastronomia francesa da Austrália. Mas também é uma cidade multicultural com quase 50 etnias representadas em seus restaurantes. O Stephanie's é uma instituição. As salas de jantar dão aos clientes a impressão de serem convidados de honra numa mansão vitoriana. Na verdade, o local já foi a casa de uma próspera família de comerciantes de Melbourne. As mesas são postas com toalhas brancas bordadas. O espaldar das cadeiras leva um tecido que imita tapeçaria e cortinas vermelhas ornamentam as largas janelas. Alterado a cada estação, o jantar a preço fixo tem sete entradas, prato principal e sobremesa. O cardápio de inverno investe em vegetais como girassóis e pratos encorpados, como coelho e tortas de cogumelos e faisão. Um jantar pode incluir bacalhau salgado com massa ou porco com embutidos de pistache e aipo. Entre os pratos principais destaca-se o salmão temperado com limão. A refeição pode começar com ostras ao molho de champanhe e panquecas com caviar. Segue com filé ao molho de raiz forte acompanhado de minicenouras e nabos. A seleção de vinhos do Stephanie's, organizada por variedades de uva, é quase que inteiramente australiana e predominantemente de Victoria, ainda que inclua alguns champanhes e vinhos licorosos franceses. O café é servido com madalenas e tortinhas -mas não antes de uma sobremesa que lembra a culinária medieval: triângulos de massa recheados com uma mistura de passas, maçãs, abóboras e peras. The George Sólido, espaçoso e bonito, o The George pertence à tradição hoteleira do século passado. Hoje, comandado por Donlevy Fitzpatrick, está sendo trazido gradualmente para o presente. Durante o dia, é um bar-restaurante com padaria e confeitaria. À noite, uma pequena transformação toma conta com a troca das toalhas de papel pelas de pano e o local assume as características de uma cervejaria parisiense. Durante o dia, o térreo oferece lanches baratos. Já o andar superior adota uma aparência mais formal e oferece refeições compostas por quatro entradas, quatro pratos principais, saladas e sobremesas. O cardápio noturno é mais longo e um pouco mais caro. A força de The George não é a decoração, mas a cozinha -fresca, honesta e despretensiosa. O pão é crocante e saboroso, a manteiga, cremosa e sem sal. Uma fatia de pato pode vir salpicada com avelãs e temperada na medida certa. A perna de vitela com purê de abóbora utiliza carne de qualidade cozinhada no vapor e acompanhada por um generoso purê alaranjado de abóbora com toque açucarado. O café é forte e os garçons, eficientes e corteses. Texto Anterior: Arte da confecção de vitrais sobrevive Próximo Texto: Italiano serve carpaccio com grapefruit Índice |
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