São Paulo, domingo, 3 de dezembro de 1995 |
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Cavallo defende crítica jornalística
DE BUENOS AIRES O ministro da Economia, Domingo Cavallo, afirmou à Folha que as críticas jornalísticas, mesmo as mais severas, são benéficas em todo sistema democrático."Por isso a imprensa joga com um papel importante na democracia", disse Cavallo, que confirmou sua presença amanhã em São Paulo para a inauguração do Centro Tecnológico Gráfico-Folha. O ministro acentuou que a elevação da tiragem dos jornais é um elemento que reforça a democracia. A Folha atingiu, no último ano, a tiragem recorde de 1,5 milhão de exemplares aos domingos, o que a coloca na liderança em vendas entre os jornais do hemisfério sul. "Nós estamos orgulhosos dos jornais argentinos, como 'Clarín' e 'La Nación', que têm grandes tiragens", afirmou Cavallo. "Eu leio com muita atenção e considero muito bons os jornais brasileiros, entre eles a Folha de S.Paulo", concluiu. Nos últimos meses, Cavallo tornou-se alvo preferencial da crítica da imprensa argentina. Apenas nas últimas semanas, o ministro deixou de figurar na seção "Barômetro", da revista semanal "Notícias", como líder de exposição na imprensa argentina. Os jornais argentinos e estrangeiros têm acompanhado a evolução da economia local e as decisões do ministro sobre desemprego, crise financeira e déficit fiscal. Também estiveram atentos aos conflitos internos no governo, que deram origem a dois fortes rumores de renúncia de Cavallo e a uma intranquilidade diária que afetou o mercado financeiro. Em entrevista a correspondentes estrangeiros, no dia 24, Cavallo criticou -sem se referir a nomes ou meios- vínculos entre jornalistas e fontes do poder político. "O poder estabeleceu uma relação com a imprensa, e os vícios dessa relação não desapareceram em 12 anos de democracia." Neste semestre, Cavallo acusou três jornalistas argentinos, Bernardo Neustadt, Daniel Hadad e Gerardo Sofovich, de participarem de uma "máfia" que pretendia monopolizar o setor de correios. Os três, que têm programas em televisões e rádios, são conhecidos no país como amigos pessoais do presidente Carlos Menem. Texto Anterior: Ministros de 3 países debatem economia Próximo Texto: União aperta salário para segurar o déficit Índice |
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