São Paulo, domingo, 3 de dezembro de 1995
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Ex-presidente sul-coreano pode ser preso por massacre

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O ex-presidente da Coréia do Sul Chun Doo Hwan ignorou intimação da Justiça para depor sobre um golpe de Estado em 1979 e um massacre de ativistas pró-democracia em 1980.
Promotores se reuniram imediatamente e emitiram uma ordem de prisão contra Chun.
"Isso significa que os promotores vão pegar Chun à força e trazê-lo para depor", disse a televisão. "Não se sabe como e quando isso será feito." Segundo rumores, ele seria detido ainda ontem.
Se Chun chegar a ser julgado, ele pode ser condenado à morte.
No início do dia de ontem, Chun viajou para sua cidade natal, Hapchon, onde foi recebido como herói pela população local.
A Justiça procurava emitir uma ordem que proibisse o ex-presidente de deixar o país.
Em confronto com o atual presidente Kim Young-sam, Chun declarou que não iria comparecer à Justiça.
Kim fez uma lei especial ser aprovada para punir Chun e seu sucessor, Roh Tae-woo.
Vestido de preto, Chun disse que, se ele era criminoso, o atual presidente também era culpado por associação. Kim fundiu seu grupo de oposição com o partido governista para subir ao poder em 1992.
"Se sou um criminoso que destruiu a ordem constitucional, não é certo que Kim Young-sam assuma a responsabilidade de sua decisão de fundir seu partido com forças rebeldes?", disse.
Em julho, promotores decidiram não acusar Chun e seu sucessor Roh. Mas agora partidos do governo e da oposição exigiram a prisão de Chun.
Após o golpe que o levou ao poder, Chun teria ordenado que tropas de elite controlassem uma manifestação pró-democracia na cidade de Kwangju em maio de 1980. Quase 200 pessoas foram mortas, segundo dado oficial.
Roh foi preso no último dia 16, acusado de corrupção envolvendo US$ 654 milhões. Promotores afirmaram ontem que ele será acusado formalmente amanhã.

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