São Paulo, domingo, 3 de dezembro de 1995
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F-1.000 4.9 é peso-pesado com rapidez de bailarina

GRACILIANO TONI
EDITOR DE VEÍCULOS

Maior e mais potente picape brasileira (ou quase, já que vem da Argentina), a Ford F-1.000 com motor de 4.900 centímetros cúbicos disfarça muito bem seu peso, graças ao ótimo conjunto de motor e câmbio e à direção leve .
Ela acelera mais rápido, por exemplo, que um Gol 1.8, um Escort 1.8 ou um Tempra 8V.
Só que, com 5,06 metros (32 cm mais que um Omega) de comprimento e 1.965 kg (dois Uno), a versão Super Série da picape não é para qualquer garagem.
Também não serve para todos os motoristas. Seus 148 cavalos-vapor (um a menos que o Vectra GSi) são suficientes para fazer a F-1.000 rodar em caso de aceleração forte em piso escorregadio.
Larga e comprida, é um horror para entrar em uma vaga. Em estacionamentos, paga por dois carros. Em faixas estreitas de avenidas, ocupa a largura toda.
Agora, para quem gosta de picapes, é um prato cheio. Nunca falta motor. O trânsito é sempre visto de cima, permitindo antecipar manobras e fugir de problemas.
Na estrada, viaja tranquila a 150 km/h, com o motor ainda em baixa rotação. Ela não dá a menor bola para ladeiras no caminho, mesmo em quinta marcha.
Lombadas, infelizmente frequentes em estradas de pista simples que atravessam cidades, podem ser superadas muito mais rapidamente que por um carro.
Para fazer a F-1.000 parar, só mesmo a sede. E ela sente muita. O enorme tanque de gasolina, para 110 litros, pode ir embora em menos de 500 quilômetros, rodando em velocidade.
Sem forçar o motor, até que não bebe tanto. A média de 7,1 km/l alcançada no teste é boa para o veículo -melhor do que as marcas indicadas pela Ford.
Também nas acelerações ela se saiu melhor que nas feitas pela fábrica.
Há alguns probleminhas a resolver, como os pneus estreitos, medida 235/75R15. Em velocidade normal, tudo vai bem. Andando mais rápido, a traseira da picape tende a ficar instável.
Nas frenagens de emergência, em que o motorista pisa com força no pedal, a F-1.000 se desequilibra. As rodas traseiras tendem a travar com muita facilidade, tornando difícil controlar a picape.
Como resultado, ela exige distâncias maiores para se imobilizar. No chão, enormes marcas de borracha indicam o travamento prematuro.
A montagem da F-1.000 na Argentina parece pior que a da versão brasileira. Durante o teste, a forração plástica da caçamba se soltou. Além disso, a picape tem mais ruídos de forrações que versões anteriores -nacionais- da F-1.000.

LEIA MAIS
sobre a F-1.000 com motor de 4.900 cc na pág. 7-3.

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