São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995
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Escassez de chuvas reduz em 8% lavouras do interior do Paraná

DA REPORTAGEM LOCAL

A estiagem em agosto e setembro reduziu a intenção de plantio do feijão das águas no Paraná.
Segundo Margoreth Demarchi, técnica do Deral, inicialmente esperava-se a manutenção da área plantada na safra das águas 94/95.
A colheita, porém, que alcança 8% da área plantada, é estimada em cerca de 450 mil t, 7,7% acima da safra 93/94.
Na safra das águas 94/95, a produção quebrou, devido ao excesso de chuvas, somando 320 mil t.
O preço médio do feijão carioquinha nas regiões produtoras do Paraná continuou no patamar de R$ 20/saca de 60 kg em novembro, a exemplo do que vem ocorrendo desde junho.
A cotação é 16,7% inferior ao novo preço mínimo (R$ 24/saca).
Um dos motivos dos baixos preços é a fraca demanda pelo grão, afirma a técnica do Deral.
Já o feijão preto mantém cotações mais altas. O produto foi vendido, em média, a R$ 24 no mês passado no Paraná.
Nos primeiros meses do ano, o mercado foi atípico.
Devido à boa oferta no período, por causa da safra das águas, as cotações normalmente não ultrapassam o preço mínimo.
Este ano, porém, os preços médios de janeiro a abril baixaram de R$ 26/saca para R$ 24/saca, ainda acima do preço mínimo de R$ 22,50 fixado para a safra passada.
No oeste de Santa Catarina, os agricultores plantaram 30,8 mil ha de feijão na atual safra das águas, 2,5% mais que no ano passado.
Caiu, entretanto, o uso de insumos, segundo Dilvo Casagrande, gerente do departamento técnico da Cooperalfa, de Chapecó.
Por isso, a produtividade média do feijão, normalmente em 1.150 kg/ha, deve cair entre 10% e 15%.
O incremento na área do feijão, explica Casagrande, foi consequência do desestímulo dos agricultores com o milho.
A área de milho na região de atuação da Cooperalfa soma nesta safra perto de 98,4 mil ha, com queda de 1,6% sobre a de 94/95.
Em função do menor uso de tecnologia, Casagrande prevê diminuição entre 8% e 10% no rendimento médio, que chegou a 60 sacas/ha na safra passada.
Para atender à necessidade de recursos para o custeio, a Cooperalfa emprestou aos produtores de milho R$ 4 milhões, a juros de 16% ao ano.A cifra é 33,3% superior ao financiamento de 94.
"Tivemos que elevar a oferta de dinheiro porque diminuiu a colocação de recursos próprios na lavoura", afirma Casagrande.

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