São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Governo quer apressar supercomissão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O governo quer apressar a decisão do Senado sobre o Sivam e retirar do Legislativo a tarefa de investigar o escândalo do "grampo" e as denúncias de tráfico de influência no caso Sivam.O líder do governo no Senado, Élcio Álvares (PFL-ES), afirmou ontem que a reunião do Conselho de Defesa Nacional vai dar respaldo à manutenção do contrato com a Raytheon. A reunião está marcada, inicialmente, para quarta-feira, às 10h. Álvares acha que os aspectos técnicos do projeto devem nortear o trabalho no Senado. O relator da supercomissão, Ramez Tebet (PMDB-MS), concorda com essa avaliação, mas diz que, dificilmente, a decisão do Senado sai ainda neste ano. Para Álvares, a apuração da escuta do telefone do ex-chefe do cerimonial do Palácio do Planalto Júlio César Gomes dos Santos deve ficar a cargo do Ministério da Justiça. Quanto às denúncias de que o embaixador exercia tráfico de influência, afirmou que cabe à comissão de sindicância criada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso apurar. A partir desta semana, Álvares vai se empenhar junto a outros líderes partidários para que as matérias de interesse do governo sejam incluídas na pauta de votações do plenário e das comissões técnicas. Depoimentos Hoje, serão ouvidos no Senado o ex-ministro-chefe da SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) da Presidência da República no governo Itamar Franco, almirante Mário César Flores, e o brigadeiro Marco Antônio Oliveira, coordenador da CCSivam (Comissão Coordenadora do Sivam). Flores assinou a exposição de motivos encaminhada ao Senado pedindo autorização para o empréstimo. O relator quer saber "o que norteou" a decisão do governo de contratar a Raytheon. Amanhã, a supercomissão vai ouvir o físico Rogério Cerqueira Leite, professor da Unicamp (Universidade de Campinas) e membro do Conselho Editorial da Folha, que é contra o Sivam. Tebet disse que a supercomissão quer ouvir "quem é contra e quem é a favor, para trabalhar com isenção". Texto Anterior: Aliados querem presidente fora do caso Próximo Texto: Comissão pede quebra do sigilo telefônico de Marquinho Chedid Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |