São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995
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Vale aprova reserva de ação

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O alto escalão da Companhia Vale do Rio Doce prefere que o Congresso Nacional apenas acompanhe o processo de privatização da empresa, sem ter poder decisório, mas vê com bons olhos a destinação de parte do capital da empresa para venda aos Estados onde ela tem instalações.
A reserva de ações para os nove Estados deverá constar do projeto que será apresentado hoje ao plenário do Senado pelo senador Ney Suassuna (PMDB-PB). Ele é o relator do projeto de lei que subordina ao Congresso a venda da Vale.
Segundo a Folha apurou, os membros do primeiro escalão da Vale consideram que a subordinação do processo de privatização ao Congresso poderá prolongar esse processo, acarretando prejuízos para a empresa.
Eles alegam que, desde sua inclusão no PND (Programa Nacional de Desestatização), todas as ações da empresa que envolvam questões societárias, como associações em projetos, precisam ser submetidas previamente ao CND (Conselho Nacional de Desestatização), retardando e prejudicando os negócios.
Esse "engessamento administrativo" tenderia a se prolongar por mais tempo se a venda da empresa passar pelo controle do Congresso.
Já a participação dos Estados no capital da empresa poderia, no raciocínio dos dirigentes, contribuir para a formação de uma massa crítica dentro do Conselho de Administração da empresa preocupada com a sua sobrevivência a longo prazo.
Esse raciocínio parte do princípio de que o capital da Vale será pulverizado (controlado por muitos acionistas em conjunto).
Neste caso, acionistas como os Estados, os empregados e os fundos de pensão estariam pensando mais no longo prazo, em oposição a eventuais investidores que comprariam as ações pensando apenas em se desfazer delas em um momento de alta no mercado.
A Vale do Rio Doce tem instalações nos Estados do Rio, Minas, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Maranhão, Pará, Goiás e Mato Grosso do Sul.

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