São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995 |
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Itamaraty não se pronuncia
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Ontem, o Itamaraty evitou se pronunciar oficialmente sobre o suicídio do embaixador Mauro Fonseca Costa Couto. A assessoria de imprensa se limitou a lamentar o caso e reafirmar que o relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) é legítimo.Auditores do TCU afirmaram não haver a prática do "caixa dois" nas embaixadas do Brasil no exterior, ao contrário do que afirmava Couto para se defender das acusações de desvio de verbas e troca irregular de dólares remetidos para obras na embaixada em Bagdá. Até as 19h de ontem, o Itamaraty não havia recebido as cartas deixadas por Couto. Nelas, o embaixador Fernando Silva Alves é acusado de ter o mesmo procedimento. Alves foi o responsável pelas denúncias que levaram às investigações. Alves é embaixador em Aman (Jordânia). Em junho de 1993, recebeu documentos e prestações de contas da embaixada de Bagdá, esvaziada à época da Guerra do Golfo (91). Alves notou as irregularidades e avisou o Itamaraty. O conselheiro Raul Tonay, também citado nas cartas de Couto, deu prosseguimento ao inquérito. O ex-conselheiro René Loncan, 47, e o oficial de chancelaria Alcenir de Oliveira, 39, devem ser demitidos do Itamaraty "a bem do serviço público" nas próximas duas semanas. Ambos são acusados de desviar US$ 1 mi da embaixada brasileira no Iraque entre 1988 e 1991. Texto Anterior: Viúva faz defesa contra acusações Próximo Texto: Presidente sanciona lei dos desaparecidos Índice |
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