São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995
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FHC inaugura centro gráfico da Folha

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Fernando Henrique Cardoso inaugurou ontem o Centro Tecnológico Gráfico-Folha (CTG-F). É o maior parque gráfico de jornais da América Latina e o único do país capaz de imprimir uma edição com cores em todas as páginas.
Participaram da cerimônia de inauguração os presidentes do Congresso, José Sarney, da Câmara, Luís Eduardo Magalhães, e do Supremo Tribunal Federal, Sepúlveda Pertence, o governador Mário Covas (SP), o prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, o vice-presidente Marco Maciel e o ministro Sérgio Motta (Comunicações).
Também compareceram ao CTG-F empresários e representantes da sociedade civil. O centro gráfico fica em Tamboré, no município de Santana do Parnaíba, 35 km a oeste do centro de São Paulo.
FHC apertou o botão da rotativa às 14h45, iniciando a impressão de uma edição comemorativa de circulação restrita.
"Para se chegar a isso que estamos chegando hoje, não foi fácil", disse o presidente em discurso. "É muita luta. Não é fácil fazer a acumulação de recursos necessários, manter a independência, passar por um regime que não é plenamente democrático, ajudar a consolidação de um regime democrático, preservar a amizade e a independência entre as várias esferas, a política e a pública".
FHC contou o episódio em que se tornou colaborador da Folha em 1976, época em que não tinha "direitos políticos plenos" (leia nesta página a íntegra do discurso). Em 1968, havia sido aposentado compulsoriamente como professor da USP pelo regime militar.
Apresentado pelo arquiteto Carlos Lemos, foi convidado a escrever no jornal por Octavio Frias de Oliveira, publisher da Folha. "Aceitar era fácil, mas convidar não era", disse FHC, referindo-se às restrições que havia à época a nomes banidos pelos militares.
Frias de Oliveira disse em discurso: "Se algo me deixa tranquilo em relação a estas instalações é o fato de que a sua construção correspondeu às necessidades ditadas pelo próprio crescimento da empresa. Este parque gráfico será uma alavanca no desenvolvimento do jornal, sustentado no trabalho dos seus profissionais, na confiança de seus anunciantes e no apoio de seus leitores".
Em dez anos, a circulação da Folha de domingo triplicou -passou de 412.814 exemplares em 1986 a 1.255.762, média até outubro deste ano.
O governador Mário Covas elogiou o que chamou de "três vetores muito significativos" do centro gráfico: o tecnológico (impressoras de última geração), o social (a preocupação com as condições de trabalho dos gráficos) e o ecológico (o prédio tem usina de tratamento para resíduos industriais).
"Mas tudo isso não seria suficiente não fora o fato de que um valor mais alto preside a tudo isso. É a consciência clara de que a democracia hoje em dia é, sobretudo, informação", afirmou.
Entre os cerca de 500 convidados que compareceram à cerimônia, estavam Antonio Ermírio de Moraes (Grupo Votorantim), Olavo Setúbal (Banco Itaú), Lázaro Brandão (Bradesco), Joseph Safra (Banco Safra) e Silvio Santos (Grupo Silvio Santos).
Enquete Datafolha com cem empresários no CTG-F prevê um crescimento da economia de 4,11% em 96 (leia os resultados às página 1-15 e 1-16).
Antes da solenidade, ocorreu o seminário internacional "Estabilização e Mercados Emergentes". Participaram os ministros brasileiros José Serra (Planejamento) e Pedro Malan (Fazenda), o ministro argentino da Economia, Domingo Cavallo, e o vice-ministro mexicano da Fazenda, Julián Sidaoui (leia mais à página 1-18).
Depois foi servido um almoço preparado por três dos melhores restaurantes de São Paulo -Don Curro, Fasano e Massimo.
Com a CTG-F, a Folha será a partir do início de 96 o primeiro jornal de grande circulação do mundo a sair com cores em todas as páginas.
O CTG-F, segundo Frias de Oliveira, "deverá propiciar um produto de melhor qualidade, permitindo que a Folha, na medida de suas possibilidades, continue a contribuir para a informação pública, o debate de idéias e a democracia no Brasil".

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