São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Empresários esperam crescimento de 4,1%
DA REPORTAGEM LOCAL O primeiro semestre de 1996 será de ajuste. O crescimento econômico deve ser de 3% e 5% e se concentrará no segundo semestre. A inflação não deve ultrapassar 15% no decorrer do ano. Esse foi o diagnóstico colhido junto a empresários e economistas, durante a inauguração do Centro Tecnológico Gráfico - Folha.As opiniões refletem o resultado da enquete do Datafolha com cem empresários presentes ao evento. A enquete apontou crescimento econômico médio de 4,11%, inflação de 17,93% e câmbio de R$ 1,09 por dólar (veja na pág. 1-16). Para Antonio Ermírio de Moraes, superintendente do grupo Votorantim, o crescimento econômico será de 3% a 4% no próximo ano, porque os juros vão continuar elevados. Ele considera esse percentual "bom", mas acredita que a indústria vai crescer menos que o comércio, principalmente por causa da política de importações. Ermírio disse que o controle da inflação inviabiliza o crescimento econômico acentuado. Olavo Setúbal, presidente do grupo Itaú, disse que suas empresas "apostam num crescimento de 4% para 95, com inflação de 12% a 15%, o que mostra perspectivas otimistas, mas duras. O presidente do grupo Ultra, Paulo Cunha, prevê crescimento de 3%. Ele disse que a inflação deve ficar em torno de 15% no próximo ano. Cunha afirmou que o governo precisa corrigir o câmbio e acelerar as reformas. Para Lázaro de Mello Brandão, presidente do Bradesco, "o país deve crescer em torno de 3,5% e a inflação deve cair para em torno de 15%. José Mindlin, do conselho de administração da Metal Leve, acredita que 1996 vai ser "um ano difícil". Para ele, "os problemas que o governo herdou são muito graves" e prefere não fazer previsões sobre o possível crescimento. Camilo Cola, presidente do grupo Itapemirim, espera que o controle exercido sobre a inflação neste ano possa se repetir em 96. Para ele, a política de juros não muda. "Em 96, o governo deve diminuir as taxas de juros, que estão muito altas e impedem o crescimento das empresas. Espero ainda uma baixa do dólar, pois atualmente, os problemas dos exportadores são imensos", disse Leon Feffer, presidente da Companhia Suzano de Papel e Celulose. Pacífico Paoli, superintendente da Fiat, não espera grande crescimento no ano que vem: "Isso é mais ou menos o que o governo e os economistas estão prevendo". Jorge Wilson Simeira Jacob, presidente do Grupo Fenícia, prevê estabilidade em negócios, com menos variação sazonal no varejo. "O comércio vai ter um pequeno crescimento. A inflação deve continuar baixa, mas a atração para novos investimentos também será baixa, pois os custos de produção e financeiro destoam. Quem fizer a conta e vir o retorno entre o investimento financeiro e o industrial, não investe -só a Folha." LEIA MAIS sobre a opinião dos empresários para 1996 na pág. 1-16 Texto Anterior: Jornal muda o visual no início do próximo ano Próximo Texto: Quais as perspectivas para a economia brasileira em 96? Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |