São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995
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Quais as perspectivas para a economia brasileira em 96?

Carlos Eduardo Moreira Ferreira, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo: "Espero que 96 confirme a previsão de crescimento de 5% do governo. Eu pessoalmente acredito em, no máximo, 3%. Se as reformas melhorararem e a privatização sair, tudo vai dar certo".

Paulo Feijó, presidente da Associação Brasileira de Supermercados: "No nosso setor, 5% de crescimento é satisfatório. Ele deve se concentrar no segundo semestre.

Cosette Alves, acionista do Mappin: "A economia deve apresentar crescimento moderado -algo em torno de 4%. Pior seria deixar escapar o programa de estabilização. A prioridade é mantê-lo".

Mário Amato, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria): "Temos tudo para dar certo, mas ainda temos que superar alguns obstáculos. O principal é o equacionamento do déficit público. Na área de câmbio, ainda é preciso compatibilizar melhor o mercado interno e a balança comercial (importações e exportações). Não podemos mais ter déficit comercial. O juro tem de cair. O juro desse tamanho está arruinando as empresas e a economia".

Alcides Lopes Tápias, vice-presidente do Bradesco: "A manutenção da estabilidade em 1996, com inflação baixa, vai ensejar novos investimentos e novas plantas industriais, seja para ampliação de mercado, seja para modernização fabril. Os bancos têm de procurar aumentar sua competitividade, reduzindo custos fixos. A inflação, na casa dos 18%, será uma vitória do Plano Real".

Roberto Campos, economista e deputado federal (PPB-RJ): "As perspectivas da economia para o ano que vem são boas, se forem votadas as reformas estruturais que faltam e se forem implementadas as medidas de liberalização constitucional. A perspectiva de 4% é pessimista, se as reformas constitucionais forem implementadas. Também seria necessário fazer uma reforma da Previdência Social".

Fernão Bracher, presidente do BBA Creditanstalt: "Em 1996 o nível de atividade deve ser ascendente. Haverá redução gradual dos juros. Está claro que não existe mais a possibilidade de repassar o juro no preço".

João Rossi, presidente da Rossi S/A: "A terceirização e parcerias deverão se consolidar em 96."

Miguel Jorge, vice-presidente da Volkswagen: "A economia deve crescer uns 3% ou 4% em 1996."

Mailson da Nóbrega, vice-presidente do banco BMC, ex-ministro da Fazenda: "O crescimento da economia será modesto no ano que vem, entre 3% e 4%. A inflação continuará declinante, entre 15% e 20% para o ano. E o câmbio continua abaixo da inflação, entre 10% e 15%".

Antonio Kandir, economista e deputado federal (PSDB-SP): "A inflação apresentará cenário tranquilo no ano que vem. A taxa deve ficar em torno de 15%. O crescimento será modesto".

Abraham Szajman, presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo: "A economia, no segundo semestre, deve voltar a crescer. O primeiro será dedicado ao ajuste fiscal. O comércio gosta da concorrência. As novas empresas que estão entrando nos obrigam a se modernizar".

Antonio Delfim Netto, economista e deputado-federal (PPB-SP): "A maior preocupação é com o crescimento futuro -essa é a armadilha do programa. O Brasil está algemado, perdendo posição no mercado internacional. A globalização é ótima para estrangeiros, já que o Brasil está sendo penetrado e se recusando a penetrar no mercado internacional".

Walter Barelli, economista, secretário do Trabalho do Estado de São Paulo e ex-ministro do Trabalho: "O desempenho da economia em 1996 dependerá da política salarial. Os sindicatos estão conseguindo não perder renda. O desemprego é um problema. A atual política monetária joga na retranca e time que joga na retranca não ganha campeonato".

Luiz Antonio de Medeiros, presidente da Força Sindical: "O que mais preocupa no próximo ano é a geração de emprego, não há ainda uma política clara por parte do governo nesse sentido. Essa deve ser a preocupação central do sindicalismo este ano".

Beltran Martinez, vice-presidente do BBA-Creditanstalt: "O primeiro semestre de 1996 será difícil, em função dos juros altos, que desestimulam os investimentos diretos. Mas há tendência de expansão em alguns setores."

Élcio Aníbal de Lucca, presidente da Serasa: "A inadimplência dos consumidores foi muito alta neste final de ano, o que obrigará as empresas a continuar os ajustes no primeiro semestre de 96. O ambiente econômico será bom só no final do ano que vem."

Paulo Villares, presidente do grupo Villares: "O crescimento deve ser de 4%. Há fatores indutores do crescimento em função do otimismo. Se o câmbio estivesse mais favorável seria melhor, mas com ganho de produtividade, as empresas exportarão mais".

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