São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995
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Empresários apostam na evolução de jornais

DA REPORTAGEM LOCAL

O jornal tem seu futuro assegurado como empreendimento, apesar da aparição de novas tecnologias para a transmissão eletrônica de informações. É o que afirmaram ontem, mesmo com pequenas ressalvas, dirigentes de empresas jornalísticas que participaram da inauguração do Centro Tecnológico Gráfico-Folha.
Para João Roberto Marinho, vice-presidente executivo das Organizações Globo, a mídia eletrônica não substituirá a mídia impressa, porque ambas são complementares. "Quando o rádio ficou forte, dizia-se que iria tomar espaço do jornal. Quando a televisão surgiu e cresceu, se dizia novamente que iria tomar espaço do jornal. Mas cada mídia nova que surge tem estimulado a leitura de jornais porque aguça a curiosidade das pessoas", afirmou.
Roberto Civita, presidente da Editora Abril, diz serem importantes os efeitos do computador e de sua fusão com a televisão. Mas "isso vai demorar muito para ser significativo em número de pessoas alcançadas no Brasil".
A seu ver, "a imprensa -papel e tinta -vai evoluir muito na direção de menos papel e tinta e mais informação eletrônica. Mas isso vai demorar muito".
José Antonio Nascimento Brito, presidente do Jornal do Brasil S.A, acredita que o grande desafio dos jornais, para o futuro, será o de como disseminar a informação, seja por meio impresso, eletrônico, rádio ou televisão.
"Nenhuma dessas mídias vai acabar, o que se vai ter é uma maior multiplicidade e penetração da informação e os jornais vão ter que se diversificar", acrescenta.
Ele acredita que o jornais vão mudar muito: "Aparentemente, algumas mídias, como a Internet, serão explosivas, a médio e longo prazo, mas ninguém sabe ao certo o que vai acontecer".
João Carlos Saad, vice-presidente da Rádio e TV Bandeirantes, diz que os jornais continuarão bem, como produto de informação. "Só não sei em que forma serão distribuídos. Não sei se continuarão sendo feitos em celulose ou se serão eletrônicos, mas no fundo isso não tem muita importância. O que valerá é o conteúdo."

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