São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995
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Quais as perspectivas para o negócio jornal?

Paulo Cabral, presidente da Associação Nacional de Jornais e do "Correio Braziliense": "Nós acreditamos em jornal. A partir de hoje, aumenta extraordinariamente a minha crença no negócio jornal. Estou diante de um investimento audacioso e de confiança no Brasil. Nos próximos 40 ou 50 anos não há risco algum por parte dos modernos meios eletrônicos, mesmo com a fantástica tecnologia que eles trouxeram. O jornal vai aproveitar esses meios para tornar mais ágil a captação de notícias".

Guilherme Stoliar, vice-presidente da TV SBT Canal 4 de São Paulo S.A: "O jornal tende a ser cada vez mais eficiente e mais desejado pelo público brasileiro. Na medida em que a situação econômica melhora, mais e mais exemplares serão vendidos. A questão da concorrência entre os jornais e a televisão já está bem equacionada dentro de um mercado que está bem dividido".

Jorge da Cunha Lima, presidente da Fundação Padre Anchieta: "Acho que o apogeu da mídia eletrônica já chegou. Daqui para frente, a mídia eletrônica tende a ter muitos canais e pouco conteúdo. Este último, que está diretamente ligado à crítica, vai ficar a cargo da mídia impressa. É ela que pode exercer esse papel".

Ivan Pinto, presidente do Conar (Conselho Nacional de Auto Reg. Publicitário): "O futuro do jornal é tão bom que se eu tivesse dinheiro comprava um. Por muito tempo haverá espaço muito grande para o comentário extenso que não é próprio do veículo eletrônico".

Thomaz Souto Correia, presidente da Associação Nacional dos Editores de Revistas: "A função dos veículos impressos, de maneira geral, vai mudar. Na medida em que notícia e transmissão de dados serão mais facilmente transportáveis pela mídia eletrônica. Doravante vai ser muito difícil jornal e revista competir com notícia, a não ser num furo de reportagem. O que vai caber aos meios impressos é a colocação da notícia dentro do seu contexto. É esse bastidor é que vai fazer a diferença".

Domingos Alzugaray, presidente da Editora Três: "O jornal foi o grande veículo do século 20; eu acredito que no século 21 o jornal vai acompanhar o desenvolvimento da informação e vai continuar tão forte e pujante como neste final do século. Por enquanto, o que tem acontecido não substitui o jornal. Não vá me falar que aquela telinha que deixa a gente meio vesgo vai dar o prazer que dá o jornal que a gente pega de manhã cedo no café da manhã".

Boris Casoy, âncora do "TJ Brasil": "Não há democracia sem uma imprensa livre. Jornais, rádios e TVs são importantes para a democracia desde que sejam livres. A imprensa é um fator de exercício da democracia".

Washington Olivetto, publicitário, W/Brasil: "Acho que um empreendimento desse tamanho mostra que todo mundo tem que acreditar no futuro do jornal. Desde que o país passou pela abertura política, a partir do momento em que os jornais passaram a ter a liberdade que é fundamental para se fazer imprensa, a mídia jornal foi crescendo e sem dúvida nenhuma vai desenvolver cada vez mais".

Nizan Guanaes, publicitário, presidente da agência MD-9: "Vejo uma analogia entre o jornal e o que ocorreu anos 50 e 60 com os alimentos, quando segundo toda futurologia eles caminhavam para a forma de pílulas. A previsão foi desmentida, porque as pessoas se voltam para alimentos naturais. Existe como fator imponderável, a relação de carinho das pessoas para com o jornal impresso".

Celso Loducca, publicitário, presidente da Lowe, Loducca & Partners: "Se o jornal se conceber como empresa que apenas imprime notícias, talvez seu futuro não grande. Mas se ele se conceber transmissor de notícias, então seu futuro será eterno".

Alex Periscinotto, publicitário, da agência Almap/BBDO: "Os estudos demonstram que permanece inalterada a importância da informação escrita nas mãos do consumidor e que isso já garante à mídia imprensa seu futuro".

Mauro Sales, publicitário, da Sales Interamericana: "O único risco do jornal como empresa é se ele for mal administrado. O jornal, no mundo todo, está abrindo cada vez mais horizontes. O jornal tem um enorme futuro."

Roberto Duailibi, publicitário, DPZ: "A importância do jornal será cada dia maior na medida em que os recursos eletrônicos se desenvolverem. Porque quando uma mídia nova surge, a mídia antiga adquire forma de arte".

Christina Carvalho Pinto, presidente da Young & Rubicam Comunicação: "Não tenho dúvida de que o futuro do jornal é inquestionável. A tecnologia vai continuar evoluindo, mas não perderemos o prazer de pegar esse objeto ancestral com as mãos".

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