São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995 |
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Exportações não podem cair
SÔNIA MOSSRI O Brasil deveria considerar o prejuízo argentino ao mudar o sistema de importaçõesEm São Paulo O ministro da Economia da Argentina, Domingo Cavallo, pretende evitar a redução das exportações de veículos para o Brasil negociando uma fase de transição para a implantação do regime automobilístico comum aos dois países, previsto para 96. O principal argumento de Cavallo é que a Argentina só conseguiu superávits nas vendas de carros para o Brasil a partir de 94. Para ele, ao implementar as compensações para a indústria automobilística nacional, o Brasil deve considerar que a Argentina acumulou um prejuízo no setor de mais de US$ 800 milhões entre 92 e 94. O Ministério da Indústria e Comércio está elaborando um sistema para a indústria automobilística que é semelhante ao argentino. Esse modelo prevê cotas de importações. As montadoras só podem importar se atingirem metas de exportação acertadas com o Ministério da Economia. Oficialmente, os dois países evitam a palavra "cota". Cavallo afirmou que o que se negocia são "compensações". O ministro antecipou um novo conflito em relação ao acordo do Mercosul (Mercado Comum do Sul). Trata-se das tarifas das zonas francas de Manaus (AM) e Terra do Fogo, no sul argentino. O Tratado do Mercosul, assinado em dezembro de 94 em Ouro Preto (MG), fixa tarifa zero para os produtos das zonas francas comercializados nos dois países. O acordo beneficiou a Argentina, que aumentou sua produção de produtos eletrônicos graças às exportações para o Brasil. O governo brasileiro está disposto a rever as tarifas. Cavallo insiste na manutenção dos critérios definidos em Ouro Preto. Cavallo disse que a economia argentina começa a sair da recessão com a ajuda do programa de estabilização brasileiro. "O lançamento do Plano Real, com aumento do consumo interno e crescimento sustentado, nos ajudou a enfrentar a crise." Ele anunciou que a economia argentina deve experimentar uma expansão de 5% do PIB (Produto Interno Bruto) em 96, ao lado da redução do índice de desemprego -mais de 20%, com 4 milhões de desempregados e subocupados. A estratégia alia redução dos impostos que incidem sobre os salários do setor privado e estímulos à construção civil. Texto Anterior: Meta é inflação de 5% ao ano Próximo Texto: País deve crescer 4% em 96 Índice |
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