São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995
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Rio modifica a estrutura da Polícia Civil

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Na tentativa de baixar os números de sequestros e assaltos a bancos, a Secretaria de Segurança Pública do Rio decidiu mexer na estrutura da Polícia Civil.
Deverão ser criadas ainda este mês 18 delegacias regionais, nos moldes da que funciona desde setembro na zona sul do Rio, em caráter experimental.
Os departamentos de polícia serão esvaziados.
Para anunciar as novas medidas, o secretário de Segurança, general da reserva Nilton Cerqueira, reuniu ontem na sede da PM (Polícia Militar) cerca de 200 comandantes de batalhões e delegados de Polícia Civil.
A reunião irritou os delegados presentes. O chefe de Polícia Civil, delegado Hélio Luz, anunciou que até março estão suspensas as férias de todos os delegados.
Os policiais foram informados de que a reestruturação da Polícia Civil visa diminuir os índices de criminalidade já a partir do próximo mês. Em janeiro, as polícias Civil e Militar deverão realizar operações conjuntas, por causa do grande número de turistas.
Os sequestradores e assaltantes de bancos são os alvos principais da Secretaria de Segurança.
Cada regional terá a obrigação de gerenciar até sete delegacias locais. Por meio do sistema de informatização das delegacias e dos arquivos policiais em implantação, a secretaria acredita que poderá agilizar as investigações.
Cada uma das regionais -batizadas de Metropol- terá a função de montar um arquivo das principais atividades criminosas da área, com os horários das ocorrências, modos de atuação das quadrilhas e listas de suspeitos.
O objetivo é proporcionar uma investigação bem feita, para que o inquérito chegue completo à Justiça. As delegacias regionais terão um setor de polícia técnica, com peritos designados pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil.
Sequestros
O diretor da DAS (Divisão Anti-Sequestros), delegado Paulo Maiato, deverá pedir a prisão preventiva do caseiro José da Silva, suspeito de atuar no sequestro do empresário Augusto César Vieira Neves.
O caseiro foi interrogado ontem na sede da DAS (Leblon, zona sul). Ele foi acareado com Vieira Neves, 55, que não o reconheceu.
Apesar de não ter sido reconhecido, José da Silva estaria envolvido no sequestro, de acordo com as investigações da DAS.
O caseiro teria cedido a casa em Itaipuaçu (praia no município de Maricá, a 60 km do Rio) para a quadrilha que sequestrou Vieira Neves -sócio da rede de supermercados Chave de Ouro- na sexta-feira passada, em Niterói (a 15 km do Rio).
O empresário conseguiu fugir da casa no sábado, após pular um muro. Ele disse ontem que teve sorte. "Mesmo algemado consegui subir no muro porque me apoiei na casinha onde fica a bomba d'água. Foi muita sorte."

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