São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995 |
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Perito analisa trajetória da bala
CRISPIM ALVES
Segundo peritos do IC, o que prova ser um PM o autor do disparo que matou o operário João Correia Sobrinho é a trajetória do tiro (veja quadro). Na madeira, há uma sequência de oito buracos, feitos pela rajada de uma submetralhadora -arma que só os policiais do Gate tinham. Além disso, o laudo do IML (Instituto Médico Legal) mostra que Sobrinho não foi morto à queima-roupa. Isso afasta a possibilidade de ele ter levado um tiro da pistola 9 mm que estava com um dos assaltantes. Segundo o laudo, o atirador da PM que matou Sobrinho tinha visão do local do cativeiro porque estava em cima de uma pilha de madeira em um depósito ao lado. Seu ângulo de visão era de cima do telhado. O PM estava do lado oposto do refém, de frente para ele. A arma estava atrás da parede de madeira, que foi perfurada por oito tiros. Sobrinho estava sentado no chão, com a cabeça encostada na parede de madeira. Um dos assaltantes, Valteran Fernandes de Moura, que portava a pistola 9 mm, estava sentado em uma prateleira perto do refém. Ainda segundo peritos do IC, é provável que o PM tenha errado o alvo, uma vez que Moura não recebeu nenhum tiro daquela rajada. Apesar de o laudo não revelar a sequência das mortes, existe a hipótese de que um dos reféns tenha sido morto antes dos ladrões. Os exames do IC foram dificultados porque houve remoção dos corpos antes da chegada do perito. Além disso, no local do cativeiro, foi encontrada apenas uma bala. Somente em uma das paredes do barracão, havia mais de 30 perfurações. (CrA) LEIA MAIS sobre o caso Morumbi à pág. 2 Texto Anterior: PM matou os 2 reféns no Morumbi Próximo Texto: OAB defende indenização às famílias dos operários Índice |
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