São Paulo, quarta-feira, 6 de dezembro de 1995
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Para ministro, radar era 'antigo'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DE WASHINGTON

O ministro da Aeronáutica, Lélio Viana Lôbo, encaminhou documento à supercomissão do Senado que investiga o caso Sivam rebatendo as denúncias feitas pelo senador Gilberto Miranda contra o projeto.
O ministro diz que a escolha da Westinghouse não era definitiva. Afirma que a Raytheon continuou negociando com as empresas, "que ainda estavam competindo entre si", para tentar reduzir os preços.
Segundo a nota da Aeronáutica, a CCSivam tinha preferência por radares de última tecnologia e esse não era o caso do produto oferecido pela Westinghouse, que utiliza uma tecnologia "antiga, com válvulas no seu sistema transmissor.
Apesar desse problema, a CCSivam teria escolhido primeiro o radar da Westinghouse, pela sua característica de "aerotransportabilidade".
Mas, segundo Lôbo, mesmo após o anúncio da vitória da Westinghouse, a CCSivam não descartou a contratação da Martin Marietta, cujos radares utilizam "tecnologia em estado sólido", mais vantajosa para as condições da Amazônia.
A nota traz uma tabela com os preços apresentados pela Westinghouse. O preço de US$ 74,8 milhões, segundo a nota, foi oferecido em uma proposta incompleta, onde faltavam equipamentos e serviços.
A proposta completa era de US$ 165,2 milhões, mais caro do que o radar da Martin Marietta (US$ 116,6 milhões).
O ministério também negou que a CCSivam tenha delegado à Raytheon a responsabilidade de escolher os radares.
A porta-voz da Raytheon, Elizabeth Allen, disse que a empresa nunca passou ao Brasil estimativa de US$ 165,2 milhões como o custo de radares da Westinghouse.
"Não sei de onde o senador Miranda foi tirar esse número. Na proposta ou nas planilhas da Raytheon para o Sivam, ele não apareceu", disse. Ela se negou a dizer o orçamento apresentado pela Westinghouse.
A porta-voz também enfatizou que a decisão de escolher radares da Martin Marietta foi do governo brasileiro.

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