São Paulo, quarta-feira, 6 de dezembro de 1995
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Sociólogo premiado está ameaçado de morte

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Usando roupas emprestadas -quando fugiu só conseguiu levar a roupa do corpo-, o sociólogo Caio Ferraz, 27, presidente da Casa da Paz da favela de Vigário Geral, no Rio, roubou a cena na cerimônia de entrega do prêmio de Direitos Humanos, em que recebeu R$ 25 mil e um diploma.
Ferraz está em Brasília desde sexta-feira, com a mulher e a filha, sob proteção do Ministério da Justiça.
Segundo amigos, ele não suportou mais a pressão das ameaças de morte que vem recebendo nos últimos meses.
"Pedi asilo político nas embaixadas dos Estados Unidos, Suécia, Suíça e Grã-Bretanha. Mas até para a Bósnia serve", disse o sociólogo, demonstrando desespero.
"Não quero ser um herói morto, mas um homem vivo. Estou vivendo num barril de pólvora", completou.
Caio Ferraz é o fundador da Casa da Paz, uma entidade formada em 93 na tentativa de mostrar que Vigário Geral -onde nasceu e morava até semana passada- "não é apenas um lugar de violência, mas de solidariedade e de justiça", segundo definição dele mesmo.

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