São Paulo, sábado, 9 de dezembro de 1995
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Especialistas defendem campanhas públicas

AURELIANO BIANCARELLI
DO ENVIADO ESPECIAL

Médicos presentes no 15º Congresso Interamericano de Cardiologia de Santiago, no Chile, defenderam campanhas públicas com a participação de governos e da sociedade para tentar diminuir o número de vítimas das doenças cardiovasculares.
"Nos EUA, campanhas junto aos médicos e à população diminuíram em 30% as mortes por essas causas na última década", diz Marcus Vinícius Bolivar Malachias, 35, diretor-clínico do Instituto de Hipertensão de Belo Horizonte (MG).
No Brasil, nesse período, as mortes aumentaram em 10%.
Paulo César Jardim, 46, da Universidade Federal de Goiás e especialista em hipertensão, sugere a mobilização da sociedade numa campanha que poderia se chamar "reage coração", uma versão da campanha feita no Rio de Janeiro contra a violência, dessa vez contra os danos das doenças cardiovasculares.
"Ricos e pobres são atingidos", afirma o professor Jardim.
Uma pesquisa feita pela sua equipe numa pequena cidade do interior de Goiás mostrou que 24% das pessoas sofriam de hipertensão. Quase ninguém sabia.
Um estudo feito pela Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto mostrou que a principal causa de abandono dos tratamentos era por falta de dinheiro. "A segunda causa era a desinformação", diz Fernando Nobre, 46, coordenador da unidade de hipertensão da faculdade.
Segundo ele, as pessoas precisam saber que mesmo os obesos, os hipertensos e aqueles com colesterol alto têm chances de reverter esse quadro. "As pessoas que morreriam antes podem passar a viver mais e com melhor qualidade de vida", afirma.
(AB)

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