São Paulo, domingo, 10 de dezembro de 1995
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Shoppings de desconto se multiplicam em São Paulo

FÁTIMA FERNANDES; MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

O número de shoppings de desconto na cidade de São Paulo aumentou 50% do ano passado para este -de 80 para 120.
O sucesso de vendas dos produtos neste locais contribuiu para esse salto, informa a Associação Brasileira de Empresas dos Centros Temporários de Compras, Negócios e Eventos -conhecidos por "out-lets".
Maria Fernanda Amaral, secretária-executiva da associação, diz, no entanto, que o entusiasmo do lojista neste momento não é dos maiores.
É que nesta mesma época do ano passado, lembra ela, havia fila de espera de 300 pessoas que queriam abrir uma loja em um shopping de desconto (com capacidade para 120 lojas).
Hoje, conta ela, há espaços vazios em alguns estabelecimentos. "O que achamos é que o lojista está com receio de investir", analisa.
Augusto Nogueira, gerente de marketing do Promocenter, diz que os produtos mais populares são os mais procurados.
Também as lojas tradicionais estão reforçando o mix com produtos populares para alavancar os negócios.
A meta de João Manoel Dias de Oliveira, do Centro de Distribuição de Jeans, é vender 2.000 calças neste mês.
Só na primeira semana de dezembro, ele comercializou 250 peças, mais da metade do que a sua loja vendeu em novembro.
"O consumo popular não está deixando as empresas quebrarem", diz Oliveira.
Maria Aparecida Teixeira de Melo, diretora da Jymi, que tem três lojas de brinquedos e presentes no Promocenter, concorda com Oliveira.
Ela diz que os consumidores das classes C e D estão sustentando as suas vendas.
"Esse consumidor classe C tem decisão rápida de compra. Além disso, paga à vista", diz Maria Aparecida.
Segundo ela, esse público compra nas suas lojas produtos que custam de R$ 5 a R$ 25. "A classe B pensa muito mais para comprar. E mais: faz pesquisa, pechincha e quer pagar com cheque pré-datado para 30 dias", afirma a diretora da Jymi.
(FF e MCh)

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