São Paulo, domingo, 10 de dezembro de 1995
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UE e Mercosul se unem até 2005

CLÓVIS ROSSI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os 15 países da UE (União Européia) e os quatro do Mercosul, entre eles o Brasil, concluirão até o ano 2005 as negociações para que se crie a maior zona de livre comércio do mundo.
A previsão otimista foi feita pelo espanhol Manuel Marín, vice-presidente da Comissão Européia, o braço executivo da UE.
Se a previsão de Marín se confirmar, mesmo sem adesão de outros países, a nova zona de livre comércio congregará economias que somam US$ 8 trilhões.
Marín adverte, no entanto, que para se chegar à meta desejada "serão necessárias muita vontade política e muita liderança".
O primeiro gesto político nessa travessia ocorrerá sexta-feira, dia 15, em Madri, capital da Espanha, país que preside a UE este ano.
O texto do acordo, obtido pela Folha, é ambicioso. Na parte comercial, prevê "fomentar o incremento e a diversificação de seus intercâmbios comerciais, preparar a posterior liberalização progressiva e recíproca dos mesmos e promover a criação de condições que favoreçam o estabelecimento da associação inter-regional".
A primeira etapa, que nos cálculos de Marín durará cinco anos, será de preparação para que o Mercosul complete a sua estrutura institucional e de fato se transforme em uma união aduaneira.
No ano 2000, se o cronograma for cumprido, os dois blocos formarão então uma associação inter-regional, expressão nova no jargão diplomático internacional: não há exemplo de um conglomerado desse tipo entre países separados por um oceano (o Atlântico).
O otimismo de Marín não é unânime. O ministro argentino da Economia, Domingo Cavallo, prefere definir o texto a ser assinado como apenas "um gesto".
A desconfiança relativa de Cavallo se explica pela sua crença de que "os europeus jamais farão concessões na área agrícola". A UE subsidia pesadamente sua produção agropecuária.
Marín reconhece a dificuldade, mas não perde o otimismo: "Os intercâmbios entre o Mercosul e a UE, na área agrícola, não ultrapassam 14% do intercâmbio total."

LEIA MAIS
sobre a integração UE e Mercosul na pág. 2-4

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