São Paulo, domingo, 10 de dezembro de 1995
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Dispensas no time e a 'fita do suborno'

TELÊ SANTANA

Um assunto que foi comentado durante a semana passada, a dispensa de alguns jogadores do São Paulo, merece uma explicação.
A diretoria do clube achou por bem, e tem todo o direito de fazê-lo, porque os resultados em 95 não foram satisfatórios, efetuar mudanças na equipe para a temporada de 96.
Alguns jogadores produziram pouco, recebiam salários altos e os diretores, com minha concordância, resolveram dispensá-los.
O Cerezo, por exemplo. Sabíamos que não poderíamos tê-lo em todos os jogos, teve problemas, algumas contusões e ficou caro pagar o salário dele para entrar de vez em quando. Acho que, quando entrava em campo, melhorava o rendimento do time. Mas ele mais ficava fora do que dentro.
O Alemão também teve problemas musculares, no joelho. A diretoria quis outras soluções. Concordei. Vamos tentar com jogadores mais jovens.
O Palhinha foi pior. Ficou 15 dias sem entrar em campo, dizia que a unha doía.
Com a reformulação, esperamos devolver a alegria que a garotada, que sempre comparece ao Centro de Treinamento, quer ter com novas vitórias.
Nesta semana, outro assunto importante foram as fotos que a Folha publicou do Wilson Roberto Catani na festa do Botafogo de Ribeirão Preto, com o presidente Laerte Alves.
O que eu lamento é a morosidade de tudo neste país, a falta de interesse das pessoas em apurar as coisas. Vejam o Sivam, a CPI do Bingo...
O futebol, como estou sempre repetindo, não é diferente da política.
O que acontece? Faltam provas. Há muitas suspeitas, mas faltam provas. Por que faltam provas? Porque falta interesse em investigar.
Vejam o caso do Catani. Se quebrassem o sigilo bancário de muitos dos suspeitos, poderíamos chegar a algum lugar.
Mas, no Brasil, não há essa vontade. O próprio presidente da Federação Paulista foi acusado de enriquecimento ilícito, mas nada é provado, porque nada é investigado.
O terceiro assunto a que quero me referir diz respeito às finais do Campeonato Brasileiro.
Quem vai ganhar? O time que aproveitar o jogo em casa.
As finais do Brasileiro são como as da Taça Libertadores ou da Supercopa.
Quando você joga em casa, tem que vencer pela maior contagem possível. Aí, quando joga fora, pode entrar com maior tranquilidade. Para mim, o segredo é aproveitar a vantagem de jogar em casa. Quem faz isso, fica com o título.

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