São Paulo, domingo, 10 de dezembro de 1995
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O Brasil é dos macacos

VANESSA DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Marikiná é o único macaco primitivo (antropóide) da América com hábitos noturnos. Os olhos grandes, quase do tamanho da cara, justificam o apelido de macaco-da-noite.
O mico-leãozinho, o menor primata sul-americano, chega a cavar 300 buracos por mês em troncos de árvores para tirar dali o seu principal alimento, o líquido adocicado produzido pela planta.
Recentemente lançado pela Editora Terra Brasilis, "Os Primatas do Brasil" (R$ 45), livro do biólogo Paulo Auricchio, alia curiosidades como essas a dados técnicos, como peso e medidas dos animais.
O livro, o primeiro do gênero no país a compilar informações sobre as 70 espécies brasileiras -o maior número de espécies num só país- é dividido em três partes. A primeira traz as principais adaptações dos primatas no Novo Mundo, teorias sobre sua origem, distribuição e aspectos da vida social.
A segunda, técnica, é de difícil compreensão. Pelo menos para aqueles que nunca tiveram contato com sistemas de classificação.
Uma "chave dicotômica, um tipo de sistema de classificação de seres vivos, se assemelha a um jogo de RPG. A cada passo do "jogo" -uma característica do animal- existem duas alternativas. Cada alternativa leva a outras, até que chega-se ao fim da história: o gênero a que pertence o primata.
A terceira parte é uma revisão simplificada dos gêneros, espécies e subespécies de primatas, sua distribuição, nomes populares e modo de vida do animal.
Ao manusear o livro, que pode ser usado como um guia de campo, descobre-se que a história da descoberta dos primatas brasileiros é a história da descoberta do Brasil pelos naturalistas europeus que por aqui passaram nos séculos 17 e 18, como Spix e Humboldt.

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