São Paulo, terça-feira, 12 de dezembro de 1995
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'Ele fez ameaças por 2 meses'

DA REPORTAGEM LOCAL

Christian Hartmann já estava ameaçando Renata havia dois meses, segundo seu melhor amigo, o também aluno da Poli, Marcelo Celestino, 21.
Marcelo disse ontem que Renata reclamava das brigas que tinha com Christian e dizia ter medo porque ele já tinha ameaçado matá-la e depois se matar.
"Eu também tinha medo dele. Uma vez o Christian me agarrou pelo pescoço e começou a apertar com força só porque eu peguei um caderno dele. Desde então, me afastei", disse Marcelo.
Segundo o estudante, Christian andava "muito esquisito". "Ele ficava dizendo que queria voltar com a Renata e chegou a falar que logo ia acabar com tudo isso."
Marcelo afirmou que Renata negava ter namorado Christian. "Ele dizia que tinha namorado, mas que ela tinha vergonha dele."
Entre os alunos de mecatrônica, Christian era considerado muito inteligente, mas muito fechado.
Ele ganhou, há um ano, uma viagem para o Japão com Marcelo como prêmio em uma competição internacional de projetos de robôs.
Outro colega de Christian, o aluno de mecatrônica Nivaldo Jacob Justolin Junior, 20, disse que, ultimamente, Christian vinha abandonando as aulas e as provas. "Ele tinha poucos amigos."
Christian cresceu em frente de videogames e não gostava de jogar bola, segundo seu tio Antônio Sérgio Ferrer. Sua família o considerava retraído e estudioso.
Na tarde de ontem, Ferrer foi encarregado de cuidar do enterro. "Sei apenas que o Christian levou um tiro na cabeça."
Ele era o filho caçula da família -seus pais tiveram só outro filho, Paulo, 24. "Jamais imaginei que isso pudesse acontecer." Christian ia ser velado ontem e enterrado hoje no cemitério da Paz, no Morumbi (zona sul).

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