São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 1995
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Reajustes em estatais custam R$ 1,3 bilhão

ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os reajustes salariais concedidos nesse semestre aumentaram em R$ 1,3 bilhão as expectativas de gastos das estatais federais em 1995. Com isso, o lucro das empresas ficará menor do que o esperado pelo governo anteriormente.
Em outubro, o titular da Secretaria de Coordenação e Controle das Empresas Estatais, Luiz Fernando Wellisch, estimava despesas totais de R$ 49,81 bilhões em 1995.
Agora, essa estimativa é de R$ 51,14 bilhões, segundo dados confirmados pelo Ministério do Planejamento.
A exemplo do que ocorre com o Orçamento da União, a folha de pessoal é o principal item de pressão sobre os gastos das estatais.
Em setembro, ocorreu a data-base dos petroleiros. Além da reposição de 20,94%, referente ao IPC-r, a Petrobrás deu à categoria outros 4% de produtividade.
Em dezembro, estão sendo negociados aumentos salariais dos trabalhadores de empresas telefônicas e dos Correios. O Banco do Brasil foi obrigado pela Justiça a dar 25% aos seus funcionários, dinheiro que virá no salário de janeiro (leia texto ao lado).
Com isso, as estatais devem gastar R$ 2,84 bilhões com pagamento de funcionários somente nos três últimos meses do ano. Nos nove primeiros meses, o gasto foi de R$ 6,15 bilhões.
Mesmo gastando com pessoal acima do previsto, o Orçamento das estatais deve fechar no azul em 1995. O ministro José Serra (Planejamento) espera um superávit correspondente a 0,16% do PIB (Produto Interno Bruto).
Ainda assim, o superávit será menor. Anteriormente, Wellisch previa lucro de R$ 2,2 bilhões em 1995. Agora, deve ficar em cerca de R$ 700 milhões.
Segundo números divulgados pelo ministério, de janeiro a setembro as estatais registraram um superávit acumulado de R$ 904,3 milhões.
O superávit foi alcançado, sobretudo, pelo adiamento dos investimentos.
Nos nove primeiros meses do ano, foram investidos R$ 5,474 bilhões. Nos três últimos meses, está previsto investimento de R$ 4,268 bilhões.
Para o próximo ano, é esperado resultado mais favorável, devido aos reajustes autorizados pela Fazenda para as tarifas públicas.
Até dezembro, devem entrar no caixa das estatais R$ 52,66 bilhões -valor superior em R$ 111 milhões à estimativa anterior.

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