São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 1995
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Especialistas divergem sobre abertura

DA REPORTAGEM LOCAL

Especialistas em trânsito ouvidos pela Folha divergem sobre a necessidade da abertura do Minhocão à noite.
Para o presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Engenharia e Arquitetura Consultivas, Roberto de Araújo Pereira, o elevado "nunca deveria ter sido fechado".
Segundo ele, o Minhocão foi fechado à noite porque os carros passavam nas janelas dos apartamentos, tirando a intimidade dos moradores.
"Hoje, o barulho causado pelos congestionamentos que acontecem à noite sob o elevado é muito pior que o problema da visibilidade dos apartamentos, que pode ser resolvido com uma cortina", diz.
Ainda para Pereira, a prefeitura deveria abrir o Minhocão à noite para que os motoristas não precisem mais passar pela região da rua Amaral Gurgel à noite.
"Hoje, quem vai de um ponto da cidade para outro precisa passar pela boca do lixo, ficando sujeito a assaltos", disse.
O secretario dos Transportes na gestão Franco Montoro (1983-87), Adriano Murgel Branco, discorda de Pereira.
"Embora a abertura possa diminuir a concentração de carros na região, não há como conciliar a medida com o necessário sossego dos moradores", disse.
Para Branco, a afirmação do prefeito de que o Minhocão amplifica o barulho dos carros que passam por baixo dele é "absurda". "Aquilo não é uma caixa de violão", disse.
Roberto Scaringella lembra que o Minhocão foi fechado à noite em 1976, quando ele era presidente do DSV (Departamento de Operações do Sistema Viário).
"Nós atendemos à reivindicação dos moradores que reclamavam do barulho dos carros", diz.
O técnico lembra que, na época, o trânsito não foi prejudicado pela medida porque não havia demanda na região durante a madrugada.
"Hoje eu não sei dizer se a medida é necessária, vai depender do estudo da CET", diz Scaringella.
Para o vice-presidente da Federação Nacional dos Arquitetos, Ives de Freitas, a abertura do Minhocão à noite não se justifica porque não há demanda de veículos na região no período.

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