São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 1995
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Colega afirma que 'havia respeito'

DA REPORTAGEM LOCAL

Há apenas mais três mulheres na turma de 60 alunos do terceiro ano de engenharia mecatrônica da USP, onde estudava Renata Cristina Francisco Alves, assassinada anteontem.
Emília Villani, 20, uma das mulheres da turma, diz que a predominância masculina nunca provocou problemas.
"Há diferenças nas conversas e nos interesses, fala-se um pouco mais de futebol do que o normal, mas os meninos sempre respeitaram muito a gente, até por causa da convivência."
Essa convivência é muito intensa entre a maioria dos alunos do curso, que passam quase o dia todo na universidade.
"Depende da dedicação de cada um, mas, antes de começar a fazer um estágio, minha vida estava toda centrada na Poli", afirmou Emília.
O curso de engenharia mecatrônica é o mais procurado da Escola Politécnica.
Uma especialização da mecânica, a mecatrônica ensina a integrar eletrônica e informática aos processos mecânicos.
Além das aulas teóricas (onde a presença não é obrigatória), os alunos também frequentam vários laboratórios.
Foi num deles, o laboratório de automação industrial (CIS-Poli), que Christian Hartmann assassinou Renata.
Ao contrário do que se pode imaginar, as quatro mulheres da turma não formavam uma "panelinha".
"Nos dávamos bem, mas cada uma tinha seus amigos. A classe em si nunca foi muito unida", afirma Emília.
Segundo ela, a paquera na Poli acontecia mais fora do que dentro da sala de aula.
"Como em qualquer faculdade, quando começava uma turma nova, os veteranos sempre se aproximavam das garotas", afirmou Emília.
Além de Renata, apenas mais uma das estudantes da turma namora com um rapaz da mesma faculdade.
Os namorados das outras duas garotas do terceiro ano de mecatrônica não estudam na Escola Politécnica.

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