São Paulo, quinta-feira, 14 de dezembro de 1995 |
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Itamar canta Ataulfo Alves no teatro Mars
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
Com: Itamar Assumpção e Isca de Polícia Onde: Teatro Mars (r. João Passalacqua, 80, Bela Vista, região central, tel. 011/605-9570) Quando: hoje a domingo, às 21h; sessão extra sábado, à 0h Quanto: R$ 25 Lançado há menos de um mês, o disco "Ataulfo Alves por Itamar Assumpção pra Sempre Agora" estréia hoje nos palcos já laureado: deu a Itamar o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte como melhor cantor de 1995. O cantor e compositor já vem interpretando clássicos do repertório do mineiro Ataulfo Alves desde 1993. É a primeira vez, no entanto, que mostra a versão gravada no CD, acompanhado dos dez músicos da banda Isca de Polícia -antes, eram só Itamar e violão. "Agora é mais teatro, com luz, performance, improvisação", explica Itamar, justificando a escolha do teatro Mars. O show de lançamento do tributo a Ataulfo segue em turnê nacional já no começo do ano, passando pelo Rio e pelo sul do país. Em junho, deve voltar a São Paulo para temporada na casa de shows Tom Brasil, com a qual Itamar vem namorando. Se serve de infra-estrutura inédita na carreira de Itamar, bancada pela gravadora Paradoxx. A turnê leva junto toda a Isca de Polícia -banda com quem o músico iniciou sua carreira, inclusive as três vocalistas que fazem as vezes das pastoras de Ataulfo. A alta produtividade recente -três discos do projeto "Bicho de Sete Cabeças", lançados entre 93 e 94 com a banda feminina Orquídeas, mais o projeto Ataulfo não corresponde a acomodamento. Itamar é uma usina de produção musical. Acalenta desde já um novo projeto temático: dedicar um disco às composições de Djavan. Explica que o projeto constituiria, de certa forma, o oposto do de Ataulfo: "Djavan é meu contemporâneo e não é um sambista como o Ataulfo, mistura jazz, funk, reggae, MPB". Diz identificar-se com ele ainda por outra frente: "As coisas do Caetano, do Gil, nós todos já conhecemos bem. Djavan corre por fora, é avulso como eu, não é de um movimento". Os planos não se restringem a trabalhos de intérprete. "Cantar Ataulfo é um respiro, um descanso de mim mesmo. Mas imediatamente depois da turnê já começo a pensar na sequência da trilogia". E não é só. "Quero um dia trabalhar com a Cássia Eller, que tem a coisa da técnica das cantoras norte-americanas. Quero produzir um trabalho dela, arranjar, atuar junto. Ela já sugeriu um dueto, e acho que é essa a tendência". Itamar já está compondo novas canções especialmente para Cássia. Outro sonho antigo diz respeito a Ney Matogrosso: "Venho de longa data pensando no Ney. Não posso ficar falando se ele quer ou não, mas como compositor vou à luta, vou ficar esperando por ele". O flerte com Rita Lee (que gravou, em 93, "Só Vejo Azul" e cantou em "Bicho de Sete Cabeças") é mantido mais à distância. "Esse dependeria só dela, mas ela não tem muito espaço, está sempre num circuito que não é possível". Texto Anterior: Gravura renova sua linguagem Próximo Texto: Editora homenageia negros em calendário Índice |
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