São Paulo, quinta-feira, 14 de dezembro de 1995
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PC teme os dissidentes

JAIME SPITZCOVSKY
DE PEQUIM

Com a condenação de Wei, o Partido Comunista chinês envia uma clara mensagem à pequena comunidade dissidente: o governo não vai aliviar o controle do sistema político.
Desde 1978, a China embarcou num processo acelerado de mudanças na economia, trazendo abertura a influências estrangeiras.
Um dos resultados dessa abertura foi o movimento pró-democracia de 1989, que o governo reprimiu com violência, matando centenas de manifestantes.
Na estratégia de adoção do capitalismo, o governo admite influências estrangeiras quanto aos padrões de consumo. Marcas famosas de roupas e carros, por exemplo, invadiram o país.
O PC argumenta que democracia de estilo ocidental não se justifica num país com as tradições históricas da China, marcada pelo poder absoluto dos imperadores. Defensores do regime chinês afirmam também que o autoritarismo é necessário por causa do "baixo nível educacional da população" e do vasto território.
A forma que atua o governo também reflete insegurança. Ele teme resultados da ação livre das não mais do que algumas dezenas de dissidentes.
Entre os ativistas está Wang Dan, líder do movimento de 1989, preso novamente em maio passado. A polícia não informa seu destino. Tong Yi, namorada de Wei, está na prisão desde abril do ano passado.
(JS)

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