São Paulo, sexta-feira, 15 de dezembro de 1995
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Governistas impedem votação da reforma

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A crise na base de sustentação ao governo ameaça inviabilizar o acordo da reforma da Previdência. PMDB e PFL, principais partidos da base do governo, uniram-se ontem à oposição para aprovar a suspensão da discussão da reforma na comissão especial da Câmara.
O deputado federal Alexandre Cardoso (PSB-RJ) questionou a legalidade da reintrodução no substitutivo da cobrança de contribuição previdenciária dos inativos do setor público, que já tinha sido rejeitada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
Quem vai decidir a questão regimental é o presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA). O PSDB ficou isolado na tentativa de impedir a obstrução. "Está confirmado que o partido do governo é o PSDB", disse o vice-líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP).
O líder do PMDB na Câmara, deputado Michel Temer (SP), foi ontem a primeira liderança a defender a revisão do acordo para a reforma. Sem fazer abertamente queixas políticas, Temer amparou sua argumentação nas exigências de reabertura da discussão feitas pela Força Sindical e CUT (Central Única dos Trabalhadores).
"É preciso fazer uma repactuação do que foi acordado e atender mais reivindicações dos setores sociais. Os exemplos estrangeiros mostram que não se pode votar uma reforma da Previdência com muita rapidez. Rema-se contra a maré até um certo ponto, depois fica difícil", afirmou Temer.
Manifestantes da CUT e da Força Sindical foram impedidos ontem de acompanhar a sessão da comissão da Previdência. Houve empurra-empurra com seguranças. As centrais já conseguiram impedir a discussão da emenda por dois dias consecutivos.

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