São Paulo, sexta-feira, 15 de dezembro de 1995
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CUT e Força organizam greve geral à francesa

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

A CUT e a Força Sindical estão articulando uma greve conjunta, a primeira na história das duas centrais, contra a reforma da Previdência. Estão de olho nos efeitos da mobilização da população francesa contra as reformas pretendidas pelo governo daquele país.
Reunião de ambas em janeiro vai definir se a greve será geral, por Estado, ou por categoria. Ontem, o deputado Jair Meneguelli (PT-SP), ex-presidente da CUT, foi à reunião da direção da central em Brasília.
Ele avaliou que as manifestações no Congresso para obstruir a votação não serão suficientes para mudar o projeto. "Na França, o governo só se dispôs a debater com a sociedade depois de uma greve."
Enquanto isso, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, diretor da Força, ligava para o secretário-geral da CUT, João Vaccari Neto: "A direção da Força me autorizou a articular uma greve com a CUT para o começo de 96".
Vaccari e Paulinho marcaram a reunião das duas centrais para janeiro. O presidente da Força Sindical, Luiz Antônio de Medeiros, e o da CUT, Vicente Paulo da Silva, não articulam a greve pessoalmente porque não se dão bem.
As duas centrais dizem que foram enganadas, pois o governo criou comissões para debater a Previdência e agora quer votar um projeto sem discuti-lo.
O presidente interino, Marco Maciel, disse ontem lamentar não ter recebido antes das sugestões das centrais sindicais para a reforma da Previdência.
Efeito França
Os sindicalistas já apostam num "efeito França" para forçar a reabertura de negociações. Naquele país, há mais de três semanas, uma greve toma praticamente todo o setor público em protesto contra as mudanças na Previdência.
Inicialmente disposto a implementar as mudanças a qualquer custo, o primeiro-ministro, Alain Juppé, propôs às centrais sindicais uma "cúpula social" para discutir medidas compensatórias em troca das mudanças previdenciárias.

Colaboraram Sucursal de Brasília e a Redação

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