São Paulo, sexta-feira, 15 de dezembro de 1995 |
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'Vi garoto de 13 anos com fuzil'
SERGIO TORRES
(ST) Folha - Como você se sentiu em meio ao tiroteio? Renato Pereira Júnior - Nunca ninguém poderá imaginar o que sentimos e passamos. Não sabia onde estávamos, no meio de bandos atirando para todos os lados, sem saber para onde ir. Folha - O que o levou a descer do carro? Júnior - Fui falar com eles. Ia morrer todo mundo no carro. Pelo menos morro tentando fazer alguma coisa. Folha - Você está arrependido de vir ao Rio? Júnior - Podia ter visto o jogo em casa, com a família. Vim por aventura. Volto com um amigo morto. Folha - A violência no Rio o surpreendeu? Júnior - Quando via na TV achava que era sensacionalismo. Só que vi 35, 40 pessoas fortemente armados. Garotos de 13 anos com metralhadoras, fuzis. Se fosse policial, nem passava perto. Folha - Você pensa voltar ao Rio? Júnior - Não vinha aqui havia dez anos. Não volto mais. O Rio não quero mais ver nem em cartão postal. Folha - O que você pensa em fazer sobre o caso? Júnior - Devo sentar com os advogados da empresa para ver. Acho um absurdo que na saída do maior estádio do mundo não haja sinalização para outros Estados. Texto Anterior: Torcedor é morto ao se perder no Rio Próximo Texto: Vítima torcia para o Corinthians Índice |
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