São Paulo, sexta-feira, 15 de dezembro de 1995
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Maia diz que passeata foi inútil

DA SUCURSAL DO RIO

O prefeito do Rio, César Maia (PFL), disse ontem que o episódio dos torcedores santistas baleados na Vila do João demonstrou que "discursos de paz" não resolvem o problema da segurança.
A questão central da segurança do Rio, segundo o prefeito, é que a cidade está "dividida em dois territórios".
"Temos o Estado de Direito e o do tráfico, com exércitos nessas fronteiras. O que aconteceu com os torcedores do Santos é que eles passaram por uma fronteira e foram alvejados, metralhados, como se entrassem em outro país. Isso é inadmissível", afirmou o prefeito.
Maia criticou as entidades e os políticos que promovem atos públicos e debates em defesa da paz, como o Viva Rio e o Reage Rio.
"Esse lero-lero é o mesmo discurso brizolista arcaico, velho, com outra roupagem. Isso não vai ser resolvido por discursos, conversas de paz. É necessário que esses territórios sejam ocupados pelas forças da lei", disse Maia.
O prefeito disse que o ministro da Justiça, Nelson Jobim, tem uma parcela de responsabilidade sobre essa "divisão da cidade em dois territórios".
Segundo ele, "o ministro da Justiça é responsável, é omisso quando deveria estar mais presente".
Operação Rio
Maia disse que a Operação Rio 1, que usou tropas do Exército no policiamento da cidade no fim do ano passado, fracassou porque não houve articulação entre forças federais e estaduais para continuar ocupando os "territórios" que foram tomados do tráfico.
"Os bandidos saíram, mas voltaram logo porque nada foi colocado pelo Estado no lugar deles. Nos raros lugares onde isso ocorreu, a situação está sensivelmente melhor", disse o prefeito.

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