São Paulo, sexta-feira, 15 de dezembro de 1995
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Indústria corta 28 mil vagas e emprego cai 1,28% em SP

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mês passado foi o segundo pior mês de novembro dos últimos cinco anos para o desempenho do emprego industrial em São Paulo, perdendo apenas para novembro de 91. Foram fechados 28.016 postos de trabalho -queda de 1,28% no nível de emprego com relação a outubro.
Computadas as demissões de novembro, a indústria emprega hoje 152.816 pessoas a menos do que no início do ano, o que significa redução de 6,52% no número de trabalhadores do setor.
Esses dados fazem parte do levantamento divulgado ontem pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Comentando o resultado, o presidente da entidade, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, disse acreditar que a indústria deve continuar reduzindo o número de empregados nos próximos quatro meses.
"Vai depender do ritmo das reformas constitucionais, mas até o primeiro trimestre de 96 o emprego deve continuar caindo", disse.
Para Horácio Piva, diretor da Fiesp, os números de novembro não chegam a surpreender, já que o mês tradicionalmente apresenta queda no emprego.
No entanto, ele afirmou que esperava uma redução menor do que a registrada. Para Piva, o emprego industrial deve se manter estável até o final do primeiro semestre do próximo ano.
Perspectivas
A Fiesp espera que em 1996 a economia brasileira, representada pelo PIB (Produto Interno Bruto, soma de tudo que é produzido no país), cresça cerca de 4%.
No entanto, o próprio presidente da Fiesp considera exagerado esse índice, calculado pelo departamento de pesquisas da entidade.
"Sou mais conservador. Acredito que a economia deve crescer entre 2,5% e 3% no ano", afirmou Moreira Ferreira.

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