São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 1995
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Juiz dos EUA condena menina a passar um mês acorrentada à mãe

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

Um juiz de Berkeley (Carolina do Sul, EUA) determinou que a adolescente Tonya Kline, 16, fique acorrentada à sua mãe, Deborah Harter, por um mês.
Tonya foi presa em novembro após ter arrombado uma casa no bairro em que mora. Ela já havia passado dois meses num reformatório por roubar lojas.
A mãe diz concordar com a punição, mas reclama de ter perdido a privacidade.
"É uma situação muito estressante e tenho que ficar atrás de Tonya como se ela fosse um cachorrinho. Mas é melhor isso do que vê-la na cadeia. Ela é muito promíscua", disse Harter à Folha.
Tonya usa uma algema no tornozelo e outra no pulso. De cada uma delas saem correntes que ficam presas no cinto de Harter.
A polícia fará visitas-surpresa. Se Tonya não estiver algemada, ela irá para o reformatório e sua mãe passará um mês presa.
Mãe e filha dormem na mesma cama, vão juntas à escola e ao supermercado. Quando uma precisa ir ao banheiro, a outra acompanha.
Tonya afirmou que ficar algemada "não é tão ruim quanto parece". Segundo sua mãe, é a primeira vez no ano em que ela assiste todas as aulas da escola.
"Não dá mais para sair à noite. Isso é o pior", disse Tonya.
O juiz Wayne Creech, autor da sentença, garante que sua decisão não fere a lei. "Pesquisei antes de adotar esta medida. Minhas intenções são as melhores. No início do ano, ele impôs a mesma pena a um garoto de 14 anos.

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