São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 1995
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Ieltsin tenta evitar vitória de comunistas

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente da Rússia, Boris Ieltsin, pediu ontem aos eleitores do país que não permitam uma volta ao passado. A declaração tenta reverter o favoritismo dos comunistas nas eleições parlamentares de amanhã.
"A coisa mais perigosa é que representantes de alguns partidos querem que o país volte ao passado", disse em discurso transmitido ontem pela TV, gravado no sanatório onde ele se recupera de problemas cardíacos.
Os comunistas lideram as pesquisas, com 15% da preferência do eleitorado.
A Constituição russa dá poderes limitados ao Parlamento, mas se Ieltsin for derrotado na votação para a Duma (Câmara dos Deputados), provavelmente terá que fazer alterações em seu governo.
O líder ultranacionalista Vladimir Jirinovski encerrou a campanha de seu partido (o Liberal Democrata) com ataques ao Ocidente.
"Enquanto vocês mascavam chiclete e comiam chocolate, estávamos conquistando o espaço", disse. Jirinovski voltou a defender a expansão territorial russa e chamou Ieltsin de "semicadáver".
Outros grupos que devem ter votação expressiva no domingo são o Nosso Lar é a Rússia, do premiê Viktor Tchernomirdin, o bloco liberal Iabloko e os nacionalistas liderados pelo ex-general Alexander Lebed.
Tchetchênia
Tropas do governo russo retomaram ontem o controle da cidade tchetchena de Gudermes, invadida anteontem por separatistas.
A agência "Interfax" afirmou que 22 militares russos morreram, 41 ficaram feridos e 38 estão desaparecidos nos combates. O número de baixas entre os tchetchenos não foi especificado.
Cerca de 700 rebeldes haviam capturado pontos estratégicos da cidade, a segunda mais importante da Tchetchênia. A Rússia interveio militarmente em 1994 na república, que declarou sua independência em 1991.
Pouco antes da recaptura de Gudermes, os rebeldes tomaram Urus-Martan, a 20 km da capital, Grozni. Não houve combates.
O ministro do Interior, Anatoli Kulikov, acusou os rebeldes de tentar prejudicar as eleições no país e a eleição do líder do Executivo na Tchetchênia. A votação, repudiada pelos separatistas, começou anteontem na república.

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