São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995 |
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Brasil assina acordo que inicia associação entre Mercosul e UE
MARTA SALOMON
Trata-se de uma "amizade colorida" entre os dois blocos regionais, definiu o embaixador do Brasil junto à UE, Jório Dauster. Num horizonte ainda distante -no ano de 2005-, os dois blocos pretendem pôr em prática o que seria a primeira associação inter-regional do mundo. Só então se falará na redução de tarifas impostas na comercialização de produtos. O acordo já havia sido assinado por três dos quatro parceiros do Mercosul (Argentina, Uruguai e Paraguai) no último dia 15. Esperava só pela assinatura do chanceler brasileiro, Luiz Felipe Lampreia, que viajou para a Ásia na comitiva que acompanhou Fernando Henrique. Não se trata de um casamento o que o acordo propõe, explicou Dauster. O Brasil, dentro da união aduaneira do Mercosul, continuará investindo em relações com outros blocos regionais, como o Nafta (EUA, México e Canadá), com os demais países do Pacto Andino (Bolívia, Chile, Venezuela e Colômbia), além dos países da Ásia e do Caribe. Blocos "Não são blocos que se organizam contra outros blocos, mas para ter relações maduras em nível internacional", afirmou FHC em entrevista coletiva após a assinatura do acordo. "Estamos vivendo o início de uma nova era: o novo milênio será de inter-relações deste tipo", disse o presidente, estimulando as empresas brasileiras a se tornarem mais competitivas no mercado internacional. A União Européia é integrada atualmente por 15 países. Seu PIB (Produto Interno Bruto) atinge US$ 7,5 trilhões e é maior do que o PIB dos Estados Unidos e do Japão. O Mercosul produz cerca de US$ 800 bilhões por ano e tem na União Européia seu principal parceiro comercial. Dificuldades Apesar da disposição dos dois blocos de estabelecer imediato diálogo político entre seus membros, há dificuldades na área comercial. O ponto mais sensível da pauta, no lado das exportações, será conseguir vender produtos agrícolas sem esbarrar na proteção imposta a este tipo de produção na Europa. O Brasil também resiste a uma redução de tarifas para a importação de produtos de informática. Texto Anterior: Para ACM, governo não deve ser 'submisso' Próximo Texto: Exército pede fim das 'crises estimuladas' Índice |
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