São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995 |
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Econômico recebeu notas fiscais falsas
ABNOR GONDIM
A informação consta do ofício enviado anteontem à noite ao diretor da PF (Polícia Federal), Vicente Chelotti, pela subprocuradora Ela Castilho. Ela coordena a 5ª Câmara do Patrimônio Público da Procuradoria Geral da República. A Folha apurou que, das três empresas acusadas, apenas uma existe -a Necla Construções S.A., ligada ao deputado Paes Landim (PFL-PI). Ele afirma que é assessor jurídico da empresa há 20 anos. Landim foi beneficiado com US$ 17,9 mil pagos pelo Econômico à Necla. Antes do envio do ofício, a PF já tinha informado à 5ª Câmara que as outras duas empresas são "fantasmas" -a Dinês Indústria e Comércio de Artefatos de Papéis Ltda. (SP) e a gráfica Itacuruba, de Recife (leia texto nesta página). O delegado da PF Paulo Lacerda identificou que a Dinês e a Necla também forneceram notas falsas para empresas que fizeram doações ao esquema PC. Na pasta cor-de-rosa, consta que a Necla emitiu, em 17 de setembro de 1990, nota fiscal em nome do Econômico, no valor de Cr$ 1,5 milhão, relativa a "prestação de serviços de assessoria na avaliação de imóveis". Segundo o deputado Landim, "a Necla é empresa rural". Ele confirmou que a empresa prestou serviços para a sua campanha, mas não quis explicar por que emitiu nota de "assessoria". Na pasta cor-de-rosa, o nome do diretor Luiz Gonzaga Mascarenhas aparece na carta de devolução de uma fatura assinada pelo ex-chefe de gabinete do Econômico Antônio Ivo de Almeida. Os ex-proprietários da Dênis, Djalma Gonçalves, e da Itacuruba, Manoel Victor Sobrinho, negaram à PF ter prestado algum tipo de serviço ao Econômico. Essas empresas aparecerem na pasta com notas fiscais relativas a despesas eleitorais do senador José Sarney (PMDB-AP) e do ex-governador de Pernambuco Joaquim Francisco. Eles negam as doações. A decisão dos subprocuradores de enviar o ofício à PF foi tomada antes de o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, entregar anteontem os originais da pasta ao diretor da PF. Chelotti disse a assessores que o documento dos subprocuradores é mais completo do que o ofício do procurador-geral. Isso porque tem os nomes dos políticos, as 47 empresas, os 47 cheques emitidos e outras 70 pessoas envolvidas. Texto Anterior: A hora da palavra Próximo Texto: Veja os crimes que a pasta rosa pode conter Índice |
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