São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Gráfica não existia em 90

DA REPORTAGEM LOCAL; DAS SUCURSAIS; DA AGÊNCIA FOLHA

A gráfica Itacuruba fechou em 88, em Recife (PE), disse ontem à Agência Folha o ex-proprietário da empresa Manoel Victor Sobrinho, 45. Sobrinho nega qualquer envolvimento com o ex-governador de Pernambuco Joaquim Francisco (PFL) e com o Econômico.
Essa não é a primeira vez que Sobrinho se envolve em denúncias de irregularidade. Há dois meses, ele depôs na PF, que investiga o surgimento de notas fiscais de sua ex-gráfica no caso PC.
O empresário José Campanha Dias disse ontem, em Salvador, que não trabalhou para o Banco Econômico em 1990: "Minha empresa foi montada há dois anos".
Ele disse ter confeccionado camisetas para o banco: "Mas o pagamento foi feito por meio da agência da Propeg".
CBBA-Propeg (Salvador), que mudou a razão social para Propeg Bahia Propaganda Ltda: "Notas fiscais da Propeg no Econômico devem existir aos milhares, porque, durante 26 anos, a Propeg foi agência de publicidade do banco", disse Fernando Barros.
A Folha procurou ontem todas as empresas que aparecem como emissoras de notas fiscais. Até as 20h de ontem, obteve retorno das empresas a seguir:
Bapel - Bahia Petróleo Ltda (Salvador): Procurados pela Folha, Osvaldo e Geraldo Gama, donos da empresa, não se manifestaram.
Casa Esportiva Ltda (Salvador): Antônio Álvaro Dias Lima da Cunha, um dos donos, afirmou que, "se existe nota fiscal, é porque compraram aqui".
Cia Têxtil Ragueb Chohfi (Salvador): Raul Chohfi, um dos sócios da empresa, afirmou: "Não temos relação com político nenhum. O que pode ter acontecido é termos vendido morim (pano de algodão) para faixa para os candidatos."
O diretor da APS (Assessoria, Planejamento e Serviços S/C) (Brasília), Alexandre Santos, disse que todos os serviços são prestados mediante contratos. Ele não conseguiu lembrar o tipo de serviços prestados para o Ecônomico em 1990.
O próprietário da Necla Construções S.A (São Paulo), Luís Mascarenhas, não foi encontrado. A secretária disse que daria o recado para Mascarenhas, que não deu retorno à Folha.
O propeitário do Armarinho Paes Andrade (Salvador), José Paes de Andrade, não estava na empresa. O gerente Wellington Fontes diz que já vendeu camisetas para o Banco Econômico, mas nunca em período de campanha eleitoral.
O diretor da Traço Serviços Gráficos Ltda. (Salvador), Ricardo Tosta, disse que trabalhou para o Econômico, mas que "os pagamentos foram feitos pela Propeg."
A Agência Folha entrou em contato ontem à tarde com a TV Bahia (Salvador). Até as 20h, não teve retorno.
Ponto Publicidade Ltda (Salvador): a telefonista informou que os diretores da empresa não se encontravam para falar sobre o assunto.
A Agência Folha também entrou em contato com a casa de Palmiro Nascimento Cruz, que aparece na lista ao lado de uma empresa, a Prints Pintura Serigráfica e Comércio (Salvador). Ninguém atendeu.

Texto Anterior: Veja os crimes que a pasta rosa pode conter
Próximo Texto: FHC decidirá destino do BC, diz Loyola
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.