São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995
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Vestuário produz mais e fatura menos em 95

DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria brasileira do vestuário vai fechar o ano de 1995 com um faturamento de US$ 23 bilhões, US$ 4 bilhões a menos do que o faturado no ano passado.
No entanto, o número de peças que a indústria produziu cresceu 10,8% em 12 meses. Passou de 3,7 bilhões para 4,1 bilhões.
Para Roberto Chadad, presidente da Abravest -associação que reúne a indústria brasileira do vestuário- a maior produtividade se explica pela necessidade de enfrentar a concorrência dos produtos importados.
"Tivemos que fazer produtos mais baratos", afirma Chadad. Segundo ele, o preço dos vestuários cresceu 6,01% neste ano, índice bem abaixo da inflação, que ficou na casa dos 25%.
Para fazer com que o setor volte a faturar mais e tenha condições de enfrentar os importados, Chadad aposta em dois pontos.
Por um lado, na desoneração da produção do vestuário, decorrente da reforma tributária, que Chadad espera aprovada até junho de 96.
Um das reivindicações do setor é que o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) recaia sobre o varejo e não mais sobre a indústria.
Por outro lado, segundo Chadad, o setor deve usar como estratégia para competir com os importados o "quick-response".
Esse sistema, muito usado nos EUA, funciona da seguinte maneira: a indústria passa a acompanhar diretamente as vendas do varejo, por meio de informações "on-line". E se compromete com o varejista a repor os estoques em um prazo de sete dias.
"A integração entre indústria e comércio fica total e assim podemos enfrentar os importados, que levam até três meses para chegar ao país", diz Chadad.
O emprego no setor cresceu 2,1% no ano, ficando em 750 mil vagas -metade do que o setor empregou em 1996.

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