São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995
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Mercedes prevê novas demissões e queda de produção e vendas em 96

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Mercedes-Benz vai acelerar a reestruturação de suas fábricas de São Bernardo e Campinas e fazer novas demissões em 96.
O objetivo é reduzir custos e aumentar a produtividade. O processo de desverticalização -transferência para fornecedores da produção de peças e serviços que antes eram executados pela própria fábrica- não será interrompido.
O índice de verticalização, que já chegou a ser de 55%, deve cair dos atuais 48% para 35% em 95, diz Rolf Eckrodt, presidente da Mercedes-Benz do Brasil.
Isso vai representar, segundo Eckrodt, uma economia de cerca de US$ 110 milhões em 96.
Luiz Adelar Scheuer, diretor de Recursos Humanos da montadora, diz que ainda não é possível saber quantas pessoas ficarão sem emprego.
A empresa, segundo Scheuer, pretende incentivar demissões voluntárias e a aposentadoria antecipada. Em 95, a Mercedes já reduziu o seu quadro de pessoal em 12%. Tinha 16.090 funcionários no final de 94, agora possui 14.130.
Exportações em queda
A Mercedes-Benz vai produzir 5% menos caminhões e ônibus em 96 em comparação com este ano. As vendas para o mercado interno devem cair 7% e as exportações serão 9% inferiores a 95.
As previsões, segundo Eckrodt, são "realistas" e foram feitas com base no "patamar do segundo semestre", quando houve "queda excepcional das vendas".
Este ano, a produção cresceu 2% e as vendas internas, 12%, por causa do bom desempenho do primeiro semestre.
As vendas para o exterior caíram de 14.621 unidades em 94, para 8.500 este ano, uma redução de 42%, por causa da defasagem cambial e da crise econômica dos dois maiores mercados da montadora, México e Argentina.
A Mercedes-Benz anunciou que deve investir no país, entre 1996 e o ano 2000, US$ 830 milhões. Desse total, US$ 400 milhões serão aplicados na nova fábrica de automóveis.

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