São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995 |
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Bolsa e dólar comercial fecham em alta
JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
O movimento altista foi iniciado, na verdade, no dia anterior, quando o Federal Reserve (banco central dos EUA) decidiu cortar o juro em 0,25 ponto percentual. A queda dos juros nos EUA aumenta o interesse do investidor estrangeiro pelos chamados mercados emergentes, América Latina inclusive. As Bolsas latinas fecharam em alta -com destaque para a Argentina-, assim como os títulos da dívida externa. Os títulos brasileiros subiram ainda mais -ajudados, no final do dia, pela reclassificação do Brasil pela Standard & Poor's. O noticiário do dia também não foi ruim. O governo marcou os leilões da Light e da Rede Ferroviária Federal e a liminar que suspendia o Proer (programa que incentiva fusões bancárias) foi derrubada. O mercado não se esqueceu dos casos Sivam e pasta rosa. Mas, a priori, concluiu que a aliança política do governo será mantida e que a política econômica ficará intocada, mesmo que cabeças rolem. A queda dos juros dos EUA confirma o cenário esperado para 1996 -de juros internacionais relativamente baixos- e abre espaço para que o Brasil reduza também suas taxas. Ontem, porém, o BC manteve o juro inalterado (na prática, portanto, subiu) e, como nos dias anteriores, emprestou recursos ao mercado por duas vezes: na primeira, por dois dias a 4,20% e, na segunda, a 4,21%. Agora, mais próximo do Natal, deve aumentar a demanda por papel-moeda. Ou seja, o mercado vai continuar "furado". O mercado continua esperando a sinalização do juro que inicia 96. Um único temor: que o BC tente usar a taxa para mostrar força. Ontem, o dólar comercial (exportações e importações) subiu. Fechou cotado a R$ 0,9693, para compra, e a R$ 0,9695, para venda. Era esperado. No final de ano e de mês, as operações comerciais começam a rarear. Mas não as remessas para o exterior. As saídas financeiras devem puxar as cotações para cima. O BC pode pegar uma carona nesse movimento e mudar a faixa de flutuação do dólar. Texto Anterior: IPVA de carro zero pago à vista tem desconto de 3% em 96 em SP Próximo Texto: Economia cresce 0,6% na América Latina Índice |
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