São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995
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Economia cresce 0,6% na América Latina

CLÓVIS ROSSI
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os países latino-americanos cresceram, em média, 0,6% neste ano, segundo pesquisa divulgada pela Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe).
O resultado, abaixo do esperado pelo órgão, teve como principal causa a crise mexicana, cujas repercussões atingiram, principalmente, a Argentina (que teve queda no PIB de 3,6%) e o Uruguai (queda de 2,1%).
Entre os países que mais cresceram estão o Chile, com aumento no PIB (Produto Interno Bruto) de 8% contra 4,1% em 94, e Peru -PIB de 7,5% contra 12,8% de 94. Também tiveram crescimento considerado bom El Salvador (6,5%) e Colômbia (5,5%).
Em outros dez países, entre eles Brasil, Bolívia e Paraguai, o PIB cresceu entre 3,5% e 5%.
Gert Rosenthal, secretário-executivo da Cepal, diz que, apesar de a situação na Argentina e México terem "puxado os índices para baixo", a economia latino-americana registrou bons resultados.
Para Rosenthal, outro grande progresso ocorreu nas taxas de inflação, cuja média ficou em 25% contra os 337,3% do ano passado.
Ele citou países que tiveram inflação quase nula em 95, como a Argentina (1,8%), Barbados (0,4%) e Panamá (0,8%).
O Brasil foi citado como um dos países que obtiveram melhores resultados no controle da inflação. Para uma taxa de 929,3% em 94, a inflação brasileira deve ficar em 23% em 95. Venezuela e México foram os países que registraram as maiores taxas de inflação (52,9% e 48,5% respectivamente).
Entre os fatores negativos, Rosenthal citou o aumento do desemprego na região, que saltou de 6,4% em 94 para 7,4% neste ano.
Medíocre
A economia dos 25 países mais industrializados do mundo terá, neste ano, mais um desempenho medíocre, crescendo apenas 2,4% na comparação com 1994.
É o que informa o mais recente relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).
Pior: a OCDE rebaixou 0,3 ponto percentual a estimativa para o crescimento econômico de seus países-membros, que era de 2,7% no relatório emitido em junho.
A mediocridade do desempenho dos "grandes" fica ainda mais evidente na comparação a mais longo prazo: a média de crescimento nos anos 70 foi de 3,7%, reduzida para 2,67% nos 80.
Nos seis anos 90 já transcorridos (computando-se a estimativa para 95), a média dá a miserável marca de 1,95%. No conjunto, os países do G-7 (o clube dos sete mais ricos do mundo) crescerão, este ano, apenas 2,5%, abaixo dos 3,1% registrados em 1994.

Colaborou CLÓVIS ROSSI, da Reportagem Local

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