São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995
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Melhora 'nota' do Brasil nos EUA

DA REPORTAGEM LOCAL

A empresa norte-americana Standard & Poor's reclassificou o risco Brasil. O país subiu um degrau -ficando menos arriscado para o investidor estrangeiro, segundo a empresa.
A Standard & Poor's também classificou o conjunto dos títulos brasileiros representativos da dívida externa. Anteriormente somente o IDU (que representa juros atrasados e não pagos), um dos títulos de menor prazo, era classificado ou "rateado" (do inglês ratting), conforme o jargão do mercado.
O simples "rateamento" dos títulos brasileiros é uma boa notícia -já que muitos fundos de investimento estrangeiros só podem aplicar seus recursos em título classificados.
O economista da FEA (Faculdade de Economia e Administração da USP), Eduardo Giannetti da Fonseca, disse acreditar que a reclassificação "é um voto de confiança no processo de estabilização".
Para ele, segundo a empresa norte-americana, o Brasil ficou mais previsível e apresenta melhores perspectivas de crescimento e de rentabilidade para os investimentos estrangeiros.
Indagado se para ele o "risco Brasil" havia mesmo reduzido, Giannetti da Fonseca disse que tudo dependia com o que se estava comprando. "Contra o primeiro semestre de 1994, certamente nós estamos melhor. Contra o segundo semestre, a situação não é tão confortável."
Giannetti diz que o país trocou o "desequilíbrio externo no balanço de pagamentos pelo desequilíbrio interno da situação financeira do setor público".
A troca, feita à base de um política de juros elevadíssimos, teve repercussões. "Eu não estou preocupado com o tamanho da dívida, mas com a sua taxa de crescimento. Algumas dessas dívidas, e a do Estado de São Paulo é exemplar nesse sentido, já estão crescendo como bolas-de-neve, com a capitalização dos juros não-pagos."

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