São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995
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Parque de 1783 é uma marca do Rio capital

CLAUDIO GARON
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Cenário recorrente na literatura produzida no Rio de Janeiro no século passado, o Passeio Público é uma das primeiras marcas da cidade capital do Brasil.
A descoberta do ouro nas Minas Gerais, no final do século 17, provocou a transferência do eixo econômico colonial do Nordeste açucareiro para o Sudeste.
O principal beneficiário foi o Rio, por cujo porto chegavam escravos e suprimentos e saía o ouro. A cidade ascendeu a capital do vice-reinado no ano de 1763, em substituição a Salvador (BA).
Vinte anos mais tarde, o vice-rei Luiz de Vasconcellos e Souza fez construir o Passeio Público. O parque foi reformado em 1862 pelo paisagista francês Glaziou, a mando do imperador Pedro 2º.
Ao passear pelo parque, o historiador Evaldo Cabral de Mello, que por ali não andava havia 30 anos, lembrou-se de uma anedota com Olegario Mariano.
Amigo do presidente Vargas, o poeta foi homenageado com uma estátua em vida. Depois da inauguração, gozadores telefonavam para a casa do poeta em noites de chuva: "Alô, aqui é a sua estátua. Ajude-me, eu estou na chuva.
Pelo Passeio também circulava o louco Quincas Borba, personagem de Machado de Assis.
Região de passado boêmio, a área em volta do parque recebeu os primeiros cinemas do Rio. Hoje, o bairro do Passeio Público está deteriorado.

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