São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995
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Historiador apóia rua Tom Jobim

DO ENVIADO ESPECIAL

Morador de Ipanema, o historiador Evaldo Cabral de Mello defende com unhas e dentes o direito de os cariocas darem o nome de Tom Jobim a uma de suas ruas.
Leia a seguir a opinião do historiador sobre o caso.

Não é possível que o pobre do carioca fique sendo colonizado com nome de rua.
Por exemplo, aqui em Ipanema só tem nome de baiano: Barão de Jaguaripe, Garcia d'Ávila, Maria Quitéria e Joana Angélica, que foram duas heroínas da Guerra da Independência, Visconde de Pirajá. Não é possível que o Garcia d'Ávila tenha rua e o Jobim não.
Um dos maiores prefeitos do Rio de Janeiro foi um pernambucano. João Alfredo Correia de Oliveira, o João Alfredo da Abolição. Antes de fazer a abolição, ele havia sido presidente da Província de São Paulo e ministro do Império.
Neste cargo no gabinete do visconde do Rio Branco, ele tinha funções executivas no então Município Neutro. Fez o célebre jardim do Glaziou, no campo de Santana. Ele chamou um francês, um paisagista que fez o Campo de Santana. Até hoje não vi uma rua decente com o nome de João Alfredo.
Agora o Garcia d'Ávila, que não teve nada a ver com o Rio, o barão de Jaguaripe, que nunca pôs os pés no Rio, o visconde de Pirajá, que nunca teve nada a ver com o Rio, tem uma rua. Ipanema está colonizada pela Bahia.

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Sobre o Rio de Janeiro por Evaldo Cabral de Mello na pág. 6-9

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